Saem os 21 selecionados
Estudantes agora vão acompanhar, durante um dia inteiro, a rotina de um dirigente de empresa
A 3ª edição do programa CEO por um Dia já definiu os finalistas. Agora, os 21 universitários escolhidos vão acompanhar, em um dia de setembro, uma jornada diária inteira de trabalho do dirigente de uma grande empresa. Neste ano, 21 organizações aderiram ao programa, que é realizado pela companhia de recrutamento e seleção de executivos Odgers Berndtson com apoio do Estado,
PDA International, Machado Meyer Advogados e Centro de Carreiras da FGV Eaesp. Um dos executivos participantes é o CEO da International Meal Company (IMC), Newton Maia Alves. Ele considera “bem bacana” mostrar ao jovem uma empresa que adota orçamento zero e gestão por processos em sua administração.
A edição 2017 do programa CEO por um Dia já definiu os finalistas. Na última quinta-feira, foi finalizada a relação dos 21 estudantes que vão acompanhar uma jornada de trabalho dos dirigentes de 21 grandes empresas. A relação está no texto nesta página.
Realizado pela empresa de recrutamento e seleção de executivos Odgers Berndtson com apoio do Estado, PDA International, Machado Meyer Advogados e Centro de Carreiras da FGV Eaesp, o programa permite que universitários acompanhem a rotina do responsável por uma companhia durante um dia inteiro, proporcionando ao jovem um olhar privilegiado dos processos de decisão e de como realmente funciona uma empresa.
O presidente da Odgers Berndtson, Luiz Wever, afirma que ele e os sócios responsáveis pelo processo de seleção ficaram encantados com a qualidade dos universitários que se inscreveram.
“Tivemos muita dificuldade (na escolha), porque as pessoas que se inscreveram têm uma formação excelente, um currículo excelente e um foco muito forte em se desenvolver na carreira”, diz Wever.
Um dos líderes participantes do programa é o CEO da International Meal Company (IMC), Newton Maia Alves. Há seis meses no posto, ele conta que foi do conselho da empresa para o comando executivo, a fim de promover um turn around (virada) na organização.
Holding das marcas Viena, Frango Assado e Brunella, entre outras, a IMC pertence ao fundo de private equity Advent, de onde veio Alves – ele está há dez anos no fundo.
“Vim para um turn around, um ajuste da empresa num momento de Brasil complicado. Mas tem dado bastante resultado”, afirma. Ele conta quais são as ferramentas que está utilizando nesse processo. “A rotina que implementei aqui na IMC é muito de orçamento base zero e gestão por projetos.”
Um terceiro instrumento é a “gestão à vista”. Nesse tipo de gerenciamento, informações relevantes são compartilhadas, colocadas à vista de colaboradores e gestores. Desta forma, é possível acompanhar os indicadores da área, status de projetos e tendências, entre outros dados, favorecendo a tomada de decisões.
Ele afirma que tocar a empresa com base nessas ferramentas faz com que o CEO seja “muito mais mão na massa” e mais próximo dos detalhes do que está acontecendo. Para ele, é mais próximo do que simplesmente delegar.
Alves conta que atualmente há 300 projetos em andamento na companhia, como o de reorganização societária que vai colocar Viena, Frango Assado e
Simplificação “Em administração, mais do que ter ideias brilhantes, é preciso ter a capacidade de simplificar problemas complicados” Newton Maia Alves CEO DA IMC
Brunella na mesma entidade jurídica. A medida, diz, permitirá a racionalização do uso das cozinhas centrais das três marcas.
“A minha rotina de gestão com os times tem muito a ver com o acompanhamento dos projetos. A Advent e suas empresas adotam muito isso (as três
ferramentas).”
Ele diz que considerou “bem bacana” alguém em início de carreira acompanhar todo esse processo e, por isso, aceitou participar do programa. E reafirma: “Uma das características (desse tipo de gestão) é ser um CEO mais próximo do detalhe
do que está acontecendo. Isso agiliza muito as decisões e facilita, mesmo uma empresa grande e complexa com 11 mil funcionários em quatro países”.
De acordo com o dirigente, esse estilo de gestão é mais adotado por fundos de private equity em suas empresas. E diz qual é o tipo de profissional ideal para a empresa. “O perfil que eu mais gosto em nossas empresas é da pessoa que é curiosa e resolvedora de problemas, são pessoas com muita iniciativa. Tem de ser bom analiticamente, tem de ser muito bom com o time”, afirma ele, que é graduado em engenharia aeronáutica pelo ITA, tem MBA por Harvard.
Alves justifica essa posição ao dizer que em grande parte das empresas, o grande problema não é não saber o que é preciso fazer, mas conseguir executar. “Esses 300 projetos não saíram da minha cabeça, a grande maioria as pessoas já sabia que era preciso fazê-los. Por isso, eu acho que em administração, mais do que ter ideias brilhantes é preciso ter a capacidade de simplificar problemas complicados. E ter bom relacionamento de equipe, pois uma vez definido o que é preciso fazer, é preciso conseguir executar.”
Na sua visão, são essas ferramentas de gestão que estão lhe permitindo executar o que todo mundo já sabia o que tinha de ser feito. “Acho que isso é a diferença.” Segundo ele, os resultados têm sido bons.