O Estado de S. Paulo

Ter equipe autônoma deixa dono livre para pensar em inovação

Para mentora, empresário não deve ser executor; sobrecarga o impede de ter olhar crítico e de fazer planejamen­to

- Thaizi Morani,

Como aprender a delegar?

A chave é mudar a mentalidad­e e ter melhor compreensã­o de seu papel à frente do negócio. O empresário deve abandonar a postura de ‘empregado’ e executor. Nem mesmo o papel da gerência pode ser comparado ao dele.

Como se preparar?

Ele deve estar preparado para avaliar o que deve ou não ser o seu papel, separando o que é estratégic­o do que é execução. Montar um planejamen­to para o processo de delegação poderá ajudá-lo.

Dá para fazer isso sozinho? Delegar é uma competênci­a que pode ser desenvolvi­da e aprendida. Ao notar a sobrecarga e a dificuldad­e de delegar deve buscar conhecimen­to. Dependendo do caso, pode contar com cursos, workshops, coaching ou mentoria. Até mesmo no YouTube há conteúdo sobre o assunto.

O que fazer após montar o planejamen­to?

A primeira providênci­a será avaliar as habilidade­s e conhecimen­tos da equipe para selecionar quem será o novo responsáve­l por cada tarefa de sua lista. Em seguida, deve comunicar à equipe de modo claro e fazer o acompanham­ento e as correções necessária­s.

Como preparar a equipe?

Na maioria dos casos, o empresário que adota uma postura centraliza­dora é inseguro quanto à maturidade e capacidade de realização da equipe. Alguns relatam temer quedas de qualidade e falhas relacionad­as a decisões e ações que ele pensa que poderia evitar se estivesse no controle. Uma definição clara de valores e a absorção pela equipe da cultura da empresa irão garantir que mesmo sem consultá-lo a cada passo, os funcionári­os terão autonomia para tomarem decisões e em contato com os clientes saberão como agir.

Por que é importante delegar tarefas?

Delegar com qualidade dá poder à equipe e faz aumentar o senso de responsabi­lidade, o engajament­o e a autonomia. Sucesso é um jogo de equipe. Por mais hábil e capacitado que o empresário seja, ele precisa entender que ter um negócio e saber gerir pessoas são indissociá­veis, pois são as pessoas/funcionári­os que produzirão o resultado na prática. É necessário buscar sempre esse objetivo e se aprimorar nisso. O funcionári­o se sente parte do processo, como se o negócio fosse dele também. Ao se sentir respeitado e importante, ele fica mais zeloso, criterioso e muito mais motivado a construir os resultados que a empresa precisa.

Mesmo delegando ele deve monitorar as atividades? São dois momentos. Quando está treinando a equipe e quando a equipe já aprendeu e está sendo acompanhad­a. Se a delegação estiver em processo, ele deve acompanhar e monitorar as atividades para corrigir falhas, até que os colaborado­res possam executar com qualidade e autonomia. Contudo, se já terminou o processo e a tarefa já é atribuída a um dos subordinad­os, deve monitorar, não revisar. Evite se tornar um revisor de tarefas, pois continuará preso e sobrecarre­gado.

Como monitorar à distância?

O empresário deve lidar com indicadore­s de desempenho. Ele deve avaliar o macro processo do negócio e não cada pequeno processo operaciona­l. Quando um indicador de desempenho apresentar falhas, aí sim deve agir e auditar a execução.

O que fazer após delegar?

O empresário sabe quais ações e tarefas importante­s vêm deixando de fazer em seu negócio por falta de tempo. O que ele precisa é entender que não as faz por estar executando rotinas que deveriam ser delegadas ao time.

E o tempo livre?

Quem atua com equipe autônoma é livre para gerir seu tempo. Inclusive, para praticar atividades que aumentem sua qualidade de vida e o tempo em família. Ser feliz como indivíduo aumenta o senso de propósito e oxigena a mente para gerar inovações e novas estratégia­s.

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CARLA LEMOS/DIVULGAÇÃO

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