Sigla EAD já não assusta mercado
Para se aperfeiçoar ou mudar de carreira por meio da formação online, o importante é escolher uma instituição de boa reputação
Da Engenharia à Gastronomia, chegando ao MBA, cursos a distância oferecem vantagens para quem tem dificuldade de deslocamento ou precisa de flexibilidade de horário. No mercado de trabalho, a maior parte do preconceito já foi vencido, e a sigla EAD não assusta mais. A experiência de alunos e a opinião de especialistas apontam que, para subir ou mudar de carreira por meio da formação a distância, o importante é escolher uma instituição de boa reputação e se dedicar aos estudos.
Em um primeiro momento, o executivo Danielo Gonçalves de Souza queria fazer um MBA presencial. Mas ficou desempregado e teve de repensar suas opções. “Queria ter a possibilidade de me mudar para qualquer lugar caso encontrasse uma boa vaga. Além da flexibilidade, coloquei na ponta do lápis o quanto gastaria com combustível e estacionamento.” Antes de se decidir, contudo, pesquisou a fundo como eram os cursos. “Tem instituição que só dá uma apostila em PDF e aplica prova. O curso fica muito fraco.”
A busca por qualidade, como fez Souza, deve ser uma preocupação para quem procura um curso a distância. Mas deveria ser uma preocupação para quem quer estudar independentemente da modalidade. “Em todos os ramos temos os oportunistas. Nem todo curso presencial é ótimo, nem todo EAD é ótimo. O aluno tem de saber o que está sendo oferecido”, afirma Beatriz Marthos, secretária executiva da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed).
Souza escolheu o MBA em Finanças EAD da Fundação Getulio Vargas. Gostou tanto que pensa em fazer uma graduação em Contabilidade a distância. “Na sala de aula, às vezes o professor tem de improvisar. No ambiente online, cada resposta a um dúvida já vem com uma carga maior de conhecimento, indicações de fontes, sugestão de leituras.”
Ele ainda está em busca de um emprego, mas garante que o MBA só ajudou. “Nas entrevistas, ninguém nunca me perguntou se foi EAD. E, quando digo que foi, acham normal.”
A proliferação de pós a distância tem sido uma das razões para o fim do preconceito contra a modalidade, mesmo em outros níveis de ensino, acredita Ricardo Holz, presidente da Associação Brasileira de Estudantes a Distância. “Esse universo da pós ajudou, porque os executivos estão fazendo suas especializações em EAD e não se assustam mais.”
Foi isso o que ocorreu com a engenheira civil Jamile Nogueira. Antes de se matricular no MBA online do Ibemec, teve de superar seus preconceitos. “Eu precisava da flexibilidade, mas confesso que tinha um pouco de medo. Achava que não haveria contato com colegas e professores, que isso prejudicaria o curso.” Mas, ao conversar com ex-alunos da modalidade, ela se convenceu de que teria uma boa formação. E não se arrepende. Com o MBA ela se capacitou para assumir os negócios da família. Agora como empresária, assegura que não tem mais preconceitos. “Com certeza contrataria alguém que se formou em EAD. O mais importante é ser uma instituição boa.”
Flexível. Após 20 anos trabalhando como publicitário, Marcos Otiay decidiu mudar de área. Para entrar no mundo da gastronomia enfrentou de novo uma graduação. “Já estava com 41 anos e não teria mais paciência para ir todo dia para a faculdade. E vi que eram os mesmos professores, as mesmas matérias.” Decidiu fazer Gastronomia Online, pela Universidade Anhembi Morumbi, onde acabou de se formar.
Mas o EAD tem diferenças, reconhece. Em seu caso, acha que o curso foi mais desafiador. “Você tem de aprender a se virar sozinho. Se não deu certo, faz de novo, em vez de esperar uma resposta do professor.” Como a gastronomia é um curso muito prático, conta que muitas pessoas ainda se espantam ao saber que estudou a distância, mas nada que o tenha impedido de conseguir boas oportunidades. Durante a faculdade, fez um estágio no renomado restaurante Esquina Mocotó. “Em todos os lugares que passei sempre fui muito elogiado por não des-