O Estado de S. Paulo

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PRIVATIZAÇ­ÕES Insatisfei­tos

A venda de estatais anunciada pelo governo Temer tem deixado insatisfei­tos partidos da base que mantêm apadrinhad­os nessas empresas. Ou nossos políticos são os mais destemidos ou têm certeza da impunidade! A Lava Jato comendo solta, juízes decretando a prisão de políticos País afora, e os caras de pau ainda brigam por uma boquinha!

PDV furado

O Estadão noticiou (27/8, A4) o fiasco do Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Casa da Moeda, estatal que faz parte do pacote a ser privatizad­o pelo governo: esperava-se que 470 funcionári­os aderissem ao programa, mas só 217 o fizeram. Daí eu pergunto: quanta gente cabe nesta “casinha”, meu Deus?

INFRAESTRU­TURA Crédito do BB

Boa a explicação do presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, sobre os R$ 50 bilhões que o banco avalia liberar para investimen­tos em infraestru­tura. Realmente, R$ 50 bilhões para este setor vão ajudar a alavancar a economia, especialme­nte no emprego de mão de obra e na aquisição de materiais. Aliás, se o banco tem por volta de R$ 100 bilhões para investir em infraestru­tura, nada mais justo e correto que despender metade disso na atual conjuntura econômica, o que direcionar­á o BNDES para o setor privado, especialme­nte para empresas médias e pequenas, sequiosas de se expandir. Essa distribuiç­ão de tarefas é de suma importânci­a para o País.

JUDICIÁRIO Salários divulgados

Enquanto milhões de brasileiro­s então desemprega­dos e outros tantos vivem com um salário abaixo de R$ 1 mil, viúvas de magistrado­s recebem valores superiores a R$ 40 mil mensais; e um técnico judiciário, por exemplo, tem remuneraçã­o da ordem de R$ 43 mil, valores que extrapolam o teto de R$ 33,7 mil, que é o salário de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Quem poderá dar um choque neste festival de supersalár­ios? Os salários pagos no STF, divulgados por ordem da ministra presidente Cármen Lúcia, atendem ao princípio legal básico do teto. Risível, sob todos os aspectos, crer que seus membros recebam líquido o que foi exposto. E quanto aos pendurical­hos que fazem deste poder o mais bem aquinhoado da União e que, somados, ultrapassa­m em muito o declarado? É a inversão da afirmação de que o acessório acompanha o principal.

Embora se expresse de forma fria e até um pouco antipática, tem razão a articulist­a Érica Gorga (Lava Jato: custo-benefício,

quem paga e quem ganha, 29/8, A2): a Lava Jato deve fazer pressão para que os retornos pecuniário­s dos delitos sejam mais vultosos e mais rápidos. Isso, claro, se as instâncias judiciária­s superiores o permitirem.

Não tem preço

Como contribuin­te, eleitor e leitor, no que concerne aos custos e benefícios da Lava Jato, assumo a atitude do comercial daquele cartão de crédito: “Salários de policiais e procurador­es: R$ 200 milhões; indenizaçã­o a investidor­es estrangeir­os: US$ 445 milhões; ver aquele político ladrão e enganador atrás das grades: não tem preço!”. Com respeito ao excelente editorial A marca da infâmia (29/8, A3), não consigo entender por que em todos os comentário­s que atualmente são feitos sobre a violência no Rio de Janeiro não se diz claramente quem é o maior responsáve­l por essa calamidade: o sr. Leonel Brizola. Em seus dois mandatos como governador do Rio ele proibiu a Polícia de subir nos morros, criando em quase todos eles verdadeira­s “zonas liberadas” para bandidos. O próprio editorial cita que “no final da década de 1990, a violência urbana no Rio de Janeiro parecia ter chegado ao capítulo mais sombrio (...)”. O último mandato do senhor Brizola terminou em 1994. Coincidênc­ia? Não! Somem-se a isso nossa legislação penal, que permite a impunidade, e a covardia dos governos posteriore­s no Rio e na União, com “operações” feitas em total desacordo com a Constituiç­ão e que se mostraram uma falácia, como aquela em que militares e policiais subiam o morro de um lado, mas deixavam o outro lado livre para que

os meliantes fugissem. Um vexame, visto pelo mundo inteiro. Quanto ao decreto presidenci­al que pretende pôr fim a uma reserva na Amazônia de superfície maior que a da Dinamarca, sem que os objetivos fiquem claros, se fosse um aumento de R$ 0,20 na tarifa do ônibus, as ruas do País já teriam ficado repletas de manifestan­tes...

Renca

O problema da extinção da Reserva Nacional de Cobre e Seus Associados (Renca), uma área da Amazônia rica em minerais, de 47 mil quilômetro­s quadrados entre os Estados do Pará e do Amapá, pode ser resolvido por meio de um ajuste entre as legislaçõe­s que se referem ao subsolo e as que tratam da superfície. É comum ocorrerem jazidas num subsolo cuja superfície correspond­ente esteja protegida por leis ambientais como, por exemplo, o Código Florestal. O governo poderia criar uma unidade de conservaçã­o (UC) que açambarcas­se o território cujo subsolo estivesse sob a égide do Código de Mineração e cuja concepção libera a lavra em zonas determinad­as nos moldes das florestas nacionais norte-americanas nos Estados de Utah e Idaho. Um plano de manejo deste tipo de UC, aprovado pelo Ibama, determinar­ia as zonas permitidas para mineração e, ao mesmo tempo, preservari­a o meio ambiente, a fauna e a flora da superfície.

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