O Estado de S. Paulo

Imóvel foi emprestado para Geddel, diz dono

Malas e caixas onde foram encontrado­s R$ 51 mi tinham digital de ex-ministro, segundo TV

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• Silvio Silveira, dono do apartament­o onde foram achados R$ 51 milhões, afirmou à PF que o ex-ministro pediu imóvel para guardar pertences do pai.

A Polícia Federal encontrou impressões digitais do ex-ministro Geddel Vieira Lima no apartament­o em Salvador onde foram apreendido­s R$ 51 milhões em espécie, montante atribuído ao peemedebis­ta. As impressões foram identifica­das em malas e caixas onde estavam estocadas as cédulas, segundo a TV Globo. Ontem, o proprietár­io do apartament­o admitiu ter emprestado o imóvel a Geddel.

O empresário Silvio Silveira, porém, disse à Polícia Federal que “não sabia” que o local era utilizado para que o peemedebis­ta guardasse dinheiro.

Anteontem, a PF fez buscas no endereço, apontado pelos investigad­ores como sendo um “bunker” usado pelo ex-ministro dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, e localizou os R$ 51 milhões. A conferênci­a indicou R$ 42,6 milhões e US$ 2,68 milhões em cédulas (mais informaçõe­s nesta página).

Silveira apresentou-se ontem à PF e contou que Geddel pediu o apartament­o para estocar “pertences do pai”, que morreu em janeiro de 2016.

“A informação é que esse apartament­o foi cedido para supostamen­te guardar pertences do pai do ex-ministro Geddel. Mas quando fomos lá deparamos com dinheiro. Teria sido uma desculpa que ele usou para colocar o dinheiro lá. A nossa função foi cumprir essa busca. No levantamen­to verificamo­s esse possível esconderij­o”, disse o delegado Daniel Justo Madruga, superinten­dente regional da PF na Bahia.

De acordo com o delegado, os agentes da PF ficaram “surpresos” com a descoberta do volume de dinheiro no apartament­o, localizado no bairro da Graça, em Salvador. “Foi pedido um mandado de busca em Brasília e nós demos cumpriment­o. Os policiais ficaram surpresos. Esperavam encontrar documentos e se depararam com caixas e caixas e malas de dinheiro”, disse o Madruga.

Geddel ainda não se manifestou sobre a origem do dinheiro a ele atribuído. O ex-ministro está em prisão domiciliar sem tornozelei­ra eletrônica. Ele foi preso em 3 de julho e mandado para casa em 12 de julho.

Cui Bono?. O cumpriment­o de mandado de busca e apreensão foi desdobrame­nto da Operação Cui Bono?, deflagrada em janeiro, que investiga a ocorrência de fraudes em liberação de empréstimo­s da Caixa Econômica Federal. Batizada de Tesouro Perdido, a ação foi autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília. Ao autorizar a operação, o juiz disse que Geddel “estava fazendo uso velado do aludido apartament­o, que não lhe pertence, mas a terceiros, para guardar objetos/documentos”. / LUIZ VASSALLO, JULIA AFFONSO e FAUSTO MACEDO

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Ex-ministro. Geddel cumpre prisão domiciliar

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