‘Relação PT-Odebrecht era movida a vantagens’
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro ontem, o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil (governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) Antonio Palocci afirmou que a relação das duas administrações petistas com a Odebrecht foi “bastante movida a vantagens dirigidas à empresa, a propinas pagas a agentes públicos em forma de doação de campanhas, de benefícios pessoais, caixa 1, caixa 2”. Palocci foi interrogado pelo magistrado da Operação Lava Jato em ação penal sobre propinas pagas pela empreiteira.
Segundo Palocci, principalmente nos dois mandatos de Lula, “a Odebrecht, em particular, tinha uma relação fluida com o governo em todos os aspectos”. “Diria partindo dos aspectos de realização de projetos assim como participação em campanhas. As participações em campanhas se davam de todas as maneiras, a maior parte com caixa 1, mas o caixa 1 muitas vezes originário de atitudes e de contratos ilícitos”, afirmou.
Questionado por Moro sobre exemplos de “contratos ilícitos que eventualmente geraram créditos”. Palocci respondeu. “Ah, diversos. Os da Petrobrás quase todos geraram créditos.” O ex-ministro disse ainda que, com o “crescimento” das obras da Odebrecht, aumentaram os “ilícitos”. “A Odebrecht é a maior das construtoras do País. Estive com eles desde 1994 quando o presidente Lula os conheceu. Então, eu tratava de todo tipo de temas com eles, inclusive de temas ilícitos”, afirmou.