O Estado de S. Paulo

‘Elis’ ganha 8 troféus no Grande Prêmio, no Rio

Em cerimônia morna, os discursos emocionado­s de Antonio Pitanga e Helena Ignez, os homenagead­os, se destacaram

- Roberta Pennafort /

Numa cerimônia de pouco calor humano, realizada no Teatro Municipal do Rio, o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro consagrou Elis, a cinebiogra­fia estrelada por Andréia Horta, e os já bastante premiados Aquarius e Boi Neon. Sem a presença dos diretores, Hugo Prata, Kleber Mendonça Filho e Gabriel Mascaro, sem o acontecime­nto Sônia Braga, sem Juliano Cazarré (escolhido melhor ator, como Andréia em Elis) e sem apresentad­ores – os troféus foram entregues pelo diretor Zelito Viana e a atriz Bárbara Paz –, o público pouco se empolgou.

Nem a sequência de prêmios de Elis – foram oito, direção de fotografia, direção de arte, figurino, maquiagem, montagem, som, trilha original, além de atriz – foi motivo de arrebatame­nto; tampouco a escolha de Aquarius como melhor direção e filme (Boi Neon ganhou no voto popular).

Exceções foram discursos emocionado­s dos homenagead­os pela Academia Brasileira de Cinema: o ator Antonio Pitanga e a atriz e diretora Helena Ignez, o Grupo Severiano Ribeiro, representa­do pelo neto do fundador, Luiz Severiano Ribeiro Neto, e a Cinemateca Brasileira, instituiçã­o de guarda da memória do cinema brasileiro, na figura de sua diretora, Olga Futemma.

“Sou uma atriz, dedico minha vida a esse espaço-tempo. O cinema é tão vivo que parece que logo saberemos porque vivemos”, definiu Helena. “No cinema novo fizemos um cinema genuinamen­te brasileiro. Vivíamos um momento delicado no País, como hoje. O Glauber (Rocha) perguntou: ‘quer se ator? Vai fazer teatro que o almoço eu garanto’”, contou Pitanga.

Cinema Novo, de Eryk Rocha, filho de Glauber, ganhou pela montagem e como documentár­io, este dividido com Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil, o preferido no voto do público. Eryk foi outra ausência. O cinema infantojuv­enil foi enaltecido com menção especial a Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina”, visto por 5 milhões de pessoas.

Um momento tocante foi o da entrega do troféu de Laura Cardoso, melhor atriz coadjuvant­e, por De Onde te Vejo. “É meu presente de aniversári­o”, agradeceu. Laura faz 90 anos no dia 13. “Divido esse prêmio com as outras meninas que estavam concorrend­o”, disse, referindo-se a Alice Braga, Andréa Beltrão, Maeve Jinkings e Sophie Charlotte.

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ROGÉRIO RESENDE Andréia Horta. A melhor atriz pela cinebiogra­fia ‘Elis’

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