JBS assina a adesão ao acordo de leniência da J&F
A empresa de alimentos JBS formalizou ontem sua adesão ao acordo de leniência firmado em junho com o Ministério Público Federal por sua controladora, a J&F. O acordo da holding foi homologado pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal em 24 de agosto, mas é preciso que cada uma das empresas que compunham o grupo à época das irregularidades firmem seus próprios termos de adesão.
Em nota, a JBS afirmou que a adesão resguarda a companhia dos impactos financeiros da leniência. Pelo acordo, a holding J&F pagará sozinha R$ 10,3 bilhões à autoridades.
A adesão da JBS acontece um dia após a divulgação de conversa gravada pelos delatores Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F. Eles afirmam na gravação que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria sido avisado de seus planos para delatar. O diálogo ocorreu provavelmente em 17 de março, dez dias depois de Joesley ter gravado de forma secreta uma conversa com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu.
A conclusão dos trâmites da leniência é importante para o sucesso do programa de venda de ativos iniciado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista. Nos contratos de venda firmados, há cláusulas condicionando as operações ao acordo com as autoridades, segundo fontes que participaram das transações.
Vigor, Itambé e Alpargatas, que foram vendidas, já aderiram. Ainda não firmaram seus termos de adesão a empresa de celulose Eldorado, também já vendida, a de energia Âmbar, que está sendo negociada, a de higiene Flora e Banco Original.