Fiel da balança
OSantos deu rateadas no Brasileiro. Nas últimas rodadas, tem andado em marcha lenta, com a coleção de empates que o impede de avançar. Com 38 pontos, permanece no bloco de cima, com distância razoável atrás do Grêmio, o segundo colocado, e um bocado longe do líder Corinthians (50).
Pois bem, hoje joga cartada decisiva, para seu futuro e o dos demais concorrentes. O desafio é brecar o Corinthians, no clássico da tarde. Levir Culpi e rapazes têm obrigação de ganhar, se quiserem manter sonho de título. Sem conversa de meio-termo. Novo empate será desastroso.
Na teoria, o momento é adequado para forçar a reviravolta. Raras vezes o adversário esteve vulnerável como agora. Em três partidas no returno, os corintianos caíram duas vezes, em casa, e fizeram 1 a 0 na Chapecoense no sufoco. Ou seja, o esquema imbatível empregado por Fábio Carille, na primeira parte do campeonato, mostra rachaduras.
O problema está no Santos. Levir não fez o time deslanchar desde que substituiu Dorival Júnior. Certo que lhe deu maior estabilidade e o recolocou na rota da briga pela taça da Libertadores, apesar de não ter mostrado mesmo sucesso na Copa do Brasil. No entanto, falta o “algo mais”, o toque de classe, o requinte para ser confiável.
A prova pode surgir no clássico paulista com mais tempo de história. Levir abre mão de Nilmar, por questão física. Em contrapartida, tem a maior parte dos titulares em boas condições. Dá para contar nos dedos os ocasiões em que escalou força máxima ou próxima disso. Importante que terá a espinha dorsal formada por Vanderlei, Zeca, Renato, Lucas Lima, Ricardo Oliveira.
No Corinthians, não foi aceso o farol amarelo. As derrapadas domésticas, diante de rivais desesperados (Vitória e Atlético-GO), serviram pra turma de Carille botar pés no chão. Não, ninguém desfilava com salto alto no Parque São Jorge, longe disso. O líder não é presunçoso, não tem mascarados.
Mesmo involuntariamente, a fase extraordinária provoca relaxamento – e isso é normal. Ninguém é de ferro. Com tantas vitórias e alguns empates enfileirados, o ego infla e ocorrem descuidos, como as duas derrotas.
Houve turbulência técnica, e aqui cabe uma observação. Os corintianos finalmente foram atingidos pelas baixas forçadas. Até nisso se viam privilegiados; ninguém se machucava, raras as suspensões. Os sobressaltos vieram, com as mexidas na equipe e com a oscilação no desempenho de gente como Rodriguinho e Jadson, duas das referências do elenco. Outros também baixaram um tanto no nível.
Em resumo, o Corinthians entra na fase de maior provação. Com um detalhe óbvio e que pode passar batido por causa dos recentes tropeços: não está em crise, não se encontra atrás dos outros. Ao contrário, se mantém na frente, depende só de seus esforços para continuar com a Série A sob controle. Para acalmar-lhe, o Grêmio fez o favor de perder pro Vasco (1a 0). Fica, no mínimo, com os 7 pontos a mais.
Empate sofrido. O Palmeiras reclamou muito de Leandro Vuaden, no empate por 1 a 1 com o Atlético-MG. O árbitro foi bem nos pênaltis marcados e nas duas expulsões verdes. Errou ao não aplicar cartões amarelos em dois lances duros de atleticanos. No fim das contas, o empate conquistado teve sabor heroico.
Empate preocupante. O São Paulo vencia por 2 a 0, jogo difícil, suado. Cedeu o empate, perdeu mais dois pontos. Segue o roteiro da Série B.
Está nos pés do Santos brecar nova fuga do líder Corinthians, após a derrota do Grêmio
“Medalha de lata”. Na crônica de quarta-feira, a respeito dos problemas de Carlos Nuzman com a MPF, escrevi que, em 2009, o prefeito do Rio era César Maia. Vacilo:o alcaide na época da escolha da sede olímpica para 2016 era Eduardo Paes.