Argo e Fox se enfrentam em versões de topo
Versões de topo do Fiat e do Volkswagen trazem visual mais agressivo e boa oferta de equipamentos. Veja quem levou a melhor
Com apelo visual esportivo, opções HGT do Fiat e Pepper do VW buscam seu lugar ao sol no alto da pirâmide dos hatches compactos. Veja como eles se saíram
Os retrovisores externos são pintados em cor diferente do resto da carroceria – geralmente vermelha, tom que também aparece em detalhes na cabine. Molduras nas caixas de roda e vistosas rodas de liga leve reforçam o ar invocado. O desempenho, porém, não é propriamente de um esportivo. Volkswagen Fox Pepper, com tabela inicial de R$ 61.090, e Fiat Argo HGT, que parte de R$ 64.600, usam receitas parecidas para seduzir o consumidor.
O Volkswagen tem como trunfos a solidez mecânica, o bom comportamento dinâmico e o preço inicial menor. Mas o Fiat ganha em itens de série, conforto e acabamento, pesa menos no bolso em manutenção, seguro e consumo de combustível e não fica devendo nada em prazer ao volante. Tudo isso ajudou a garantir sua vitória neste comparativo.
Passados três anos desde sua última atualização, o Fox já não surpreende mais. O que não é necessariamente ruim: dirigilo é como reencontrar um velho amigo e lembrar das razões que um dia justificaram e fortaleceram os laços de afeto.
O robusto motor 1.6 MSI de até 120 cv entrega 85% dos 16,8 mkgf de torque já a 2.000 rpm, o que se traduz em presteza nas saídas e agilidade no trânsito urbano. Em rodovias, a condução em velocidade de cruzeiro é mais silenciosa que a do Fiat, graças à sexta marcha do câmbio manual, ausente no do rival.
Já o novato Argo traz o mesmo 1.8 de até 139 cv que também equipa versões do Jeep Renegade. Ele sofre um bocado para deslocar o jipão, mas “sobra” para o peso do hatch. A diferença de potência se faz notar sobretudo
em rotações mais elevadas, nas quais ele se revela até mais divertido que o VW.
Outra boa surpresa: a suspensão molenga e o câmbio impreciso fazem parte de um passado do qual a Fiat finalmente começa a se livrar. A VW sempre foi muito superior nesses quesitos, mas o Argo conseguiu encurtar essa distância.
Por dentro. Mas é na comparação entre as cabines que o Argo mais se destaca. Seu acabamento é tão mais caprichado que parece até ser de um carro de segmento superior. O painel tem curvas, vincos e recortes que seduzem o olhar, plásticos com texturas agradáveis ao toque e uma faixa horizontal vermelha que ameniza o domínio da cor preta em todo o habitáculo.
Já o Volkswagen recorre à estridência para tentar disfarçar o peso da idade do Fox. Na versão Pepper, bancos e portas são revestidos de couro sintético em tons de cinza claro e vermelho berrante, uma combinação do tipo “ame ou odeie”.
As linhas retas e limpas do painel encantavam em 2009 – mas, diante do novo Fiat, soam envelhecidas e datadas.
Nos dois hatches, o motorista encontra os comandos à mão e instrumentos com informações equivalentes, embora os grafismos e a tela central do Argo tenham ar mais moderno. O Fox tem posição de dirigir mais alta e a regulagem do encosto dos bancos, por roldana, ganha em precisão da do Argo, por alavanca. Os retrovisores do Fiat são maiores, o que facilita a vida no trânsito e em manobras, e têm rebatimento elétrico.
Quem prefere bancos bem firmes se dará melhor com os do Fox, que são também mais finos e estreitos. No Argo, os dianteiros têm laterais mais reforçadas e o traseiro traz apoio de cabeça para o quinto ocupante. O porta-malas do Fiat tem 30 litros a mais de capacidade.