‘Mercado quer pessoas mais globalizadas’
Participante do programa, presidente no País de consultoria internacional diz que profissional da nova geração ‘preenche muito’ a demanda
O programa CEO por um dia edição 2017 entra em sua reta final. Durante este mês, os 21 estudantes selecionados irão acompanhar, na data estipulada pelo dirigente, a rotina de trabalho de um presidente de uma grande empresa.
No Brasil, esta é a terceira edição do evento promovido pela Odgers Berndtson, empresa de origem britânica que recruta e seleciona executivos, com apoio do Estado, PDA International, Machado Meyer Advogados.
Antes de receber o universitário, o sócio-presidente da PwC Brasil, Fernando Alves, comentou a respeito das suas expectativas. “O programa viabiliza para o jovem uma rica experiência. É importante, porque é uma chance de ele estabelecer um mínimo de networking. E o CEO torna-se uma espécie de coach para ele”, afirma.
De acordo com Alves, o exercício é “rico”, porque faz com que o jovem entre no ambiente da empresa. “Faz com que haja uma interação real, com a realidade de uma empresa, com as pessoas. “É uma experiência concreta.”
A PwC é uma rede de firmas de consultoria presente em 157 países. No Brasil, são cerca de 4.500 profissionais distribuídos em 17 escritórios por todas as regiões brasileiras. Alves diz que a média de idade dos colaboradores está entre 31/32 anos. Com base em sua experiência, ele afirma: “O mercado hoje quer pessoas mais globais e essa nova geração preenche muito das demandas do mercado”.
No entanto, o dirigente avalia que o jovem, atualmente, tem uma grande ansiedade, não factível com a realidade, de conquistar cargos e crescer rapidamente. “Quer ser chefe logo. Tem uma visão superestimada de si próprio.”
Para ele, é preciso controlar essa ansiedade. Na sua visão, é importante que os jovens pen- sem e descubram qual é o propósito que buscam. Ainda as- sim, elogia os profissionais da nova geração. “São plurais, as- sertivos, mais conectados, preo- cupados com qualidade de vida e mobilidade.”
FGV. A coordenadora do Cen- tro de Carreiras da FGV Eaesp, Cecilia Noronha Santos, diz que o programa CEO por um dia já é reconhecido pelo mer- cado e dá um peso ao currículo dos escolhidos. “Mostra que ele (o estudante finalista) tem potencial, que é uma pessoa curiosa, motivada, competitiva”, afirma Cecília.
Na sua avaliação, é muito im- portante permitir que o aluno conheça como é o dia de um CEO. “Quais são as atividades dele, os desafios que enfrenta ao longo de um dia, com ele or- ganiza a agenda dele, como são as reuniões com o staff. Dá para perceber se ele é uma pessoa centralizadora, ou não.
“O estudante aprende muita coisa em sala de aula, mas mui- tas vezes o contato que tem com a empresa é com o RH. Cla- ro, pode passar em um proces- so como estagiário, mas nem sempre tem a oportunidade de estar próximo ao presidente de uma empresa de médio para grande porte.”
Durante a seleção, ela lembra, a Odgers tenta fazer um match entre os perfis do aluno e do CEO, “para que seja uma expe- riência valiosa para ambas as partes”. Nesse sentido, ressalta que, se a pessoa ambiciona ser um CEO, vai querer desenvolver liderança, trabalho em equipe, trabalhar muito a questão de mo- tivar as equipes. “Então, tudo is- so, faz com que o interesse das pessoas aumente ano a ano.” O motivo: é prender in loco com alguém que já tem essas habilida- des mais desenvolvidas.
Neste ano, FGV decidiu apoiar o programa. “Como a FGV acredita na importância de o alu- no passar por experiências, resolvemos que era chegado o momento de apoiarmos o CEO por um dia. Acreditamos tratar-se de uma oportunidade excepcio- nal que está aberta aos universi- tários”, diz Cecília.
Como parte desse apoio, a en- tidade vai promover, no próxi- mo dia 20, uma palestra sobre carreiras para a qual estão sendo convidados os finalistas das três edições do programa CEO por um dia. / C.M.