Levir não poupa equipe e se dá bem
Técnico do Santos vai na contramão dos colegas e não abre mão de ter os melhores jogadores em campo. Vitória no clássico anima time no Equador
O Santos chega com moral elevado no jogo com o Barcelona, amanhã, em Guayaquil, pelas quartas de final da Libertadores. Venceu com autoridade o clássico com o Corinthians pelo Brasileiro e está invicto há 16 partidas. O time está embalado, apesar de o técnico Levir Culpi preferir andar na contramão em relação aos colegas. Ele escala sempre a melhor formação que tem à disposição e só poupa atletas ocasionalmente.
Com Levir não tem esse negócio de mandar a campo equipe mista ou reserva. Ele só não escala todos os titulares quando tem alguém suspenso ou contundido. Do contrário, a opção é pelos principais atletas. Com isso, o Santos ganha ritmo e o elenco, entrosamento.
“Tenho procurado repetir uma formação e isso está dando uma base sólida para a equipe”, disse Levir após os 2 a 0 de domingo sobre o Corinthians, na Vila Belmiro. “Nós temos algumas jogadas muito boas, alguns jogadores ótimos’’, elogiou.
Poupar para preservar jogadores cansados e com risco iminente de contusão, como apontam os fisiologistas dos clubes, é um artifício que ele, a rigor, usou apenas uma vez na temporada. Foi no jogo com o Fluminense pelo Brasileiro, no Pacaembu, quando deu descanso a David Braz, Copete e Bruno Henrique. Fora isso, Levir deu folgas no “varejo’’, normalmente para jogadores que estavam retornando de algum problema físico, como o meia Renato e o atacante Ricardo Oliveira.
Renato, por exemplo, não participou da vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-PR pelas oitavas de final da Copa Libertadores por estar com dores musculares. Levir Culpi não quis arriscar.
A preferência por utilizar sempre os titulares não quer dizer que o treinador não valorize os reservas santistas. Ao contrário. Ele diz confiar plenamente nas opções que tem no elenco. Considera até que eles serão fundamentais para que o Santos brigue pelo título da Libertadores e, quem sabe, até pelo caneco do Brasileiro, embora a distância para o líder Corinthians ainda seja significativa – nove pontos. “Procuro dar força para todo o elenco. Não é possível para a gente vencer esses campeonatos que estamos disputando com 11, 12 jogadores. O grupo é muito legal.’’
Amanhã, em Guayaquil, Levir precisará escalar um reserva, por contusão do titular (mais informações nesta página).
O Santos é a única equipe invicta na atual edição da Libertadores e Levir e os jogadores entendem que pelo menos manter essa condição no jogo no Equador é importante, até para dar mais tranquilidade para o confronto de volta, marcado para dia 20, na Vila Belmiro.
Alto-astral. A vitória no clássico na Vila aumentou a confiança para o jogo contra o Barcelona, time considerado perigoso e que, nesta Libertadores, já venceu o Botafogo em pleno Engenhão, além de eliminar o Palmeiras nas oitavas de final. “Ganhar
um clássico é sempre bom. Isso ajuda na viagem da Libertadores. Se tivéssemos perdido, a viagem para o Equador seria muito mais desgastante. Agora estamos tranquilos para fazer outro bom jogo”, disse o atacante Bruno Henrique. Levir concorda com seu jogador. “Vencer um clássico desses, contra o Corinthians, joga todo mundo para cima. Renovou as energias’’, disse antes da viagem a Guayaquil – o Santos chegou ao Equador na tarde de ontem.
Levir Culpi
TÉCNICO DO SANTOS ‘Tenho procurado repetir uma formação e isso está dando uma base sólida para o time’