‘A rua é nóiz...’
Ele gravou mixtapes e vendeu por aí, fez clipe que bombou na internet, criou com o irmão uma empresa para lançar o próprio disco e produtos, depois passou a lançar outros artistas, aí fez uma marca de roupas e deixou o São Paulo Fashion Week boquiaberto com um verdadeiro show de desfile (um não, três já) e agora ele anuncia a gravação do primeiro DVD da sua carreira, que será no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, no Audio Club. De quem eu tô falando? Ahhhhh... O nome dele é Leandro, mas nós o conhecemos muito mais por Emicida. Ele já fez tanta coisa que a gente pensa que ele já fica todo seguro para gravar o primeiro DVD. “No sentido de já ter trilhado alguns caminhos sim, mas uma plataforma nova é uma plataforma nova. Estamos quebrando a cabeça para conseguir criar algo novo”, me escreve Emicida. “Preciso dizer obrigado a quem nos acompanhou nos últimos 10 anos, estamos no corre há um pouco mais do que isso. A empresa Laboratório Fantasma é de fato uma empresa há 8. E se eu for contar desde que saí batalhando e rimando por aí dá uns 17 anos, mas de popularidade e reconhecimento palpáveis 10, agora. Então é uma boa efeméride para dizer obrigado aos fãs.”
O repertório do show ainda está sendo definido. “Vai ter alteração até o último dia, sou improvisador para desespero da produção”, mas ele garante que vai ser só pancada.
A direção é de Fred Ouro Preto, que faz parte do time desde cedo. “Sempre esteve presente, ele conhece nossa verdade, ele nos viu vendendo CD a R$ 2 na rua e nos viu vencendo o VMB.” A direção musical é de Dudu Marote, que Emicida “já admirava desde os créditos dos discos. Dudu fez bastante música pra bastante gente, em termos de artista e de público grande”.
A venda de ingressos começa hoje e a gravação será em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, no Audio Club. “Para além de tudo que gravar neste dia significa em termos de afirmação da importância da data, vai ser bonito ver aquele monte de cabelo crespo solto, tranças, bombetas, sorrisos, todas essas coisas e ainda tem o fato de que estamos num tempo obscuro. Noto que no Brasil pós-golpe há um esforço canalha em esvaziar a importância dessa comemoração, dessa pauta, indo ao encontro ao silenciamento que sempre reinou por aqui. Sou contra isso e meus camaradas também. Não sabemos sair de casa se não for para fazer história. Então, mesmo que a esfera pública tente desidratar a pauta da conscientização e da importância da igualdade racial estaremos lá cantando e celebrando a vida dizendo que sim. A história desse país precisa ser reescrita e de nossa parte vai ser reescrita em rimas, vai ser um soco (risos).” Vamos juntos!