Órgão do Planalto critica ‘facínoras’ que ‘roubam a verdade’
A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota ontem na qual afirmou que “facínoras roubam do País a verdade”. “Bandidos constroem versões ‘por ouvir dizer’ a lhes assegurar a impunidade ou alcançar um perdão, mesmo que parcial, por seus inúmeros crimes. Reputações são destroçadas em conversas embebidas em ações clandestinas”, disse o texto.
Segundo a nota, “o estado democrático de direito existe para preservar a integridade do cidadão, para coibir a barbárie da punição sem provas e para evitar toda forma de injustiça”, o que, de acordo com o comunicado, não vem acontecendo. “Garantias individuais estão sendo violentadas, diuturnamente, sem que haja a mínima reação.”
“Chega-se a ponto de se tentar condenar pessoas sem nem sequer ouvi-las. Portanto, sem se concluir investigação, sem se apurar a verdade, sem verificar a existência de provas reais. E, quando há testemunhos, ignora-se toda a coerência de fatos e das histórias narradas por criminosos renitentes e persistentes”, afirmou o texto.
Ao participar de reunião ontem com empresários e sindicalistas no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer disse que “o povo brasileiro é maior do que qualquer crise”, que no País “cada um quer derrubar o outro” e que os problemas são “artificialmente criados”.
‘Recado’. Ao discursar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que não conjuga os verbos “retroceder” e “desistir”. A declaração foi considerada uma resposta às críticas que vem sofrendo.
Janot citou frase de Henry Ford ao dizer que “há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. “Temos de lembrar disso todo dia e fazer saber aos nossos detratores que nós não conjugamos dois verbos: retroceder e desistir do combate à corrupção.”
Janot disse que reações contra as investigações são “estratégia de defesa”. “Como não há escusas para os fatos que vieram à tona, tanto são os fatos e escancarados, que a estratégia de defesa tem sido tentar desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção”, afirmou. Segundo Janot, quando várias instituições se unem no combate à corrupção “muitas pernas tremem”. / BEATRIZ BULLA, EDUARDO RODRIGUES, FELIPE FRAZÃO, CARLA ARAÚJO e IDIANA TOMAZELLI
Temor
“Quando várias instituições se unem no combate à corrupção muitas pernas tremem.”
Rodrigo Janot PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA