O Estado de S. Paulo

Após críticas, europeus tentam socorrer Caribe

Presidente francês e rei holandês desembarca­m nas ilhas e chanceler britânico era esperado; prejuízos na região são estimados em US$ 10 bi

- / AFP e EFE

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o rei da Holanda, Willem-Alexander, desembarca­ram ontem nas ilhas do Caribe devastadas pelo furacão Irma para constatar a extensão dos danos e tentar amenizar o descontent­amento dos habitantes diante da falta de organizaçã­o e assistênci­a.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, também era esperado ontem nas Ilhas Virgens Britânicas e Anguilla. Londres também tem sido criticada pela gestão da catástrofe que deixou pelo menos 42 mortos no Caribe e na Flórida.

Os governos francês, holandês e britânico – três nações que ainda governam colônias no Atlântico – são acusados de demorar para enviar socorro e reforçar a segurança nas ilhas, entregues aos saques depois da passagem do furacão.

Ao chegar a Pointe-à-Pitre, na ilha francesa de Guadalupe, Macron alegou que “a antecipaçã­o foi total”. O governo “respondeu logo que a informação foi dada, vários dias antes, e constantem­ente ao longo dessa crise”, assegurou Macron. Ele também visitaria a ilha franco-holandesa de Saint Martin e a francesa de São Bartolomeu, as duas mais afetadas pelo Irma.

O furacão deixou pelo menos 12 mortos e vários desapareci­dos nas ilhas francesas. Na parte holandesa, houve 4 mortes. “Ficamos quatro, cinco dias sem ajuda, tendo de nos defender de pessoas armadas”, declarou Fabrice,

proprietár­io de um restaurant­e em Saint Martin e repatriado para a metrópole na segunda-feira. Paris estabelece­u pontes aéreas e marítimas para retirar os mais vulnerávei­s e levar carga e comida para a área atingida. Cerca de 85 toneladas de alimentos, 1 milhão de litros de água e 2,2 toneladas de medicament­os já foram transporta­dos.

Zona de guerra. A devastação provocada pelo furacão Irma em Saint Martin é “pior que qualquer zona de guerra” e está “além do que qualquer um pode imaginar”, disse ontem o rei da Holanda durante visita à ilha. “Vi muita destruição na minha época de guerras e muitos desastres naturais, mas nunca algo assim. Só há destruição e caos”, afirmou o monarca.

Mais de 70% dos lares de Saint Martin foram destruídos na tempestade da semana passada, que também deixou sem água corrente nem rede de telefonia grandes zonas da ilha.

Segundo o site da Bloomberg, o Irma foi o furacão que mais causou prejuízo na história do Caribe e os danos deixados por ele são estimados em US$ 10 bilhões. A fúria da tempestade arrasou casas e destruiu infraestru­tura das ilhas.

Nos EUA, o furacão deixou 11 mortos ao passar por Flórida, Geórgia e Carolina do Sul. A polícia da área de Miami prendeu mais de 50 possíveis saqueadore­s que teriam atuado durante o furacão, incluindo 26 pessoas acusadas de invadir um supermerca­do.

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CHRISTOPHE ENA /AFP Pressão. Macron inspeciona danos causados pelo furacão Irma na Ilha de Saint Martin

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