Brasileiros dispensam ajuda oficial
A paulistana Regiane Schwartz, de 51 anos, um dos 65 cidadãos brasileiros que ficaram isolados em ilhas do Caribe após a passagem do furacão Irma, desistiu de esperar pelo avião de resgate da Força Aérea Brasileira (FAB). Regiane conseguiu lugar num voo que saiu de Saint Martin na noite de segunda-feira e desembarcou no Panamá, conforme informou o irmão dela, Alexandre Schwartz.
“Agora ela está tentando pegar um voo do Panamá para São Paulo. Nesse momento, ainda não sei se ela embarcou para o Brasil”, disse, na tarde de ontem. Segundo Schwartz, a irmã pegou o voo por conta própria. “Acho que ela desistiu de esperar pelo resgate.”
No domingo, em redes sociais, Regiane reclamava da demora do governo brasileiro em providenciar o resgate. “Acaba de pousar um avião aqui na ilha. Estão fazendo lista para tirar as pessoas daqui, mas a preferência são os americanos”, escreveu. “Isso aqui está virando um campo de guerra, as pessoas brigando para colocar o nome na lista. Os americanos já foram retirados da ilha nesta madrugada. Tiraram só os americanos. Ficamos olhando eles saírem”, relatou.
A família da médica gaúcha Mariana Fischer Costa, de 33 anos, não tinha conseguido contato com ela ontem, mas já sabe que a ginecologista deixou a Ilha de Saint Martin na noite de domingo e provavelmente não vai embarcar no avião da FAB, que seria enviado ontem para resgatar os brasileiros.
De acordo com a prima Fernanda Fischer, a médica, o marido Rafael, e a filha Giovana, de 3 anos, conseguiram sair da região mais atingida num avião da Força Aérea francesa, já que eles têm nacionalidade italiana.
A família foi levada para a Ilha de Martinica, no sul do Caribe, que não foi tão afetada pelo furacão. “Conseguimos sair. Estamos na Martinica! Avisa todo mundo. Escapamos!”, diz a última mensagem da médica, enviada pelo aplicativo WhatsApp.
Mariana está grávida de 4 meses e viajou para o Caribe em férias com o marido e a filha no dia 1.º. A família tinha marcado voo de retorno para amanhã, mas não teve tempo de refazer os planos antes da passagem do Irma. Segundo Fernanda, eles relataram momentos de pânico, mas disseram aos parentes que estavam bem. “Está tudo destruído, mas, graças a Deus, com a gente não aconteceu nada”, avisou Mariana, num dos raros momentos em que conseguiu se comunicar com os parentes.