Rolagem de dívida da JBS corre risco sem leniência
Arolagem bilionária da dívida da JBS com bancos brasileiros e estrangeiros está, por ora, protegida. Mas pode ter problemas caso o acordo de leniência fechado pelo grupo controlador do frigorífico com o Ministério Público Federal caia por terra. Se for anulado, há uma cláusula na renegociação que anteciparia os pagamentos. Além disso, uma mudança material no acordo, como o aumento expressivo da multa fixada, quebraria outra cláusula e obrigaria os bancos a reverem o contrato. A repactuação da dívida da JBS está condicionada, principalmente, à venda de ativos. Ou seja, se a desova de futuros negócios for comprometida ou operações já fechadas forem revertidas, o acordo de renegociação também pode ser posto em xeque. A JBS não trabalharia, contudo, com tal cenário, conforme interlocutores próximos à empresa. » Colchão. No limite, os bancos podem ser obrigados a reforçar as provisões para devedores duvidosos para acomodar a piora do risco da JBS. Na segunda-feira, foi suspensa a homologação do acordo de leniência do grupo J&F. O impacto, contudo, está restrito às pessoas físicas. Eventual reflexo nos negócios depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Santander, Citi e outros estrangeiros empurraram a dívida de R$ 17 bilhões da JBS por 24 meses. O Itaú Unibanco, com exposição de cerca de R$ 1,5 bilhão, optou por um acerto individual. Procurados, JBS e bancos não comentaram. » Céu de brigadeiro. O momento parece ser o melhor possível para a oferta de ações do Magazine Luiza, que pode captar R$ 1,8 bilhão. A varejista vai conseguir levantar, vendendo cerca de 12% do seu capital, mais do que o negócio inteiro valia na Bolsa um ano atrás. Em setembro de 2016, o Magazine Luiza tinha um valor de mercado de cerca de R$ 1,5 bilhão. De lá pra cá, a cifra superou os R$ 10 bilhões.
» Digital. A explicação para essa multiplicação de preço na Bolsa é que o mercado passou a esperar maior rentabilidade da empresa com a estratégia de vendas online. Não por acaso, é para aí mesmo que vai boa parte dos recursos da oferta. A empresa tem no radar a aquisição de startups que permitam acelerar o crescimento do marketplace, modelo chamado de “shopping virtual” e que tem margens mais altas.
» Decolou. A oferta subsequente de ações (“follow on”) engatilhada pelos acionistas da companhia aérea Azul era um movimento já cantado no mercado. Isso porque está próximo de acabar o período de restrição de negociação para os acionistas vendedores na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o chamado “lockup”. Esse, aliás, foi um dos itens da lista de fatores de risco do IPO.
» Reforço. Debruçada para abocanhar 15% do mercado brasileiro de cartões, a GetNet, credenciadora do Santander Brasil, está investindo em sua estrutura tecnológica para acompanhar tal expansão. Desembolsou mais de R$ 100 milhões em um novo data center, que ficará abrigado na estrutura tecnológica do banco espanhol, em Campinas (SP).
» Tranquilidade. O novo data center, que visa a dar mais segurança para os lojistas capturarem suas transações com cartões, deve ser inaugurado em novembro.
» Apetite. A despeito da crise no País, a maioria dos consumidores espera gastar mais de R$ 1 mil na Black Friday deste ano. É o que mostra pesquisa do comparador de preços Zoom feita com 15 mil pessoas. O número de consumidores que deve desembolsar mais de R$ 1 mil na Black Friday aumentou para 52% neste ano, ante 50% em 2016.
» Dança das cadeiras. A CSN fará uma troca de cadeiras em sua diretoria de Relações com Investidores. Marcelo Cunha Ribeiro, ex-Restoque e Centauro, que foi anunciado diretor executivo de Finanças, assumirá também a área de RI, no lugar de David Salama, que volta para a diretoria de Seguro, Crédito e Patrimônio. Salama estava em sua mais recente passagem na diretoria de RI desde maio de 2016, quando substituiu Paulo Caffarelli, que assumiu a presidência do Banco do Brasil. » Até quando? A expectativa agora é sobre quando a companhia divulgará seus demonstrativos financeiros atrasados. A última divulgação, do terceiro trimestre de 2016, logo completará aniversário de um ano. Procurada, a CSN não comentou
» Eu protesto! A agência do Banco do Brasil na Praça Marquês de Pombal, em Lisboa (Portugal), foi palco de um protesto, ontem, após a notícia de que a unidade fecharia as portas. Os manifestantes reclamavam do encerramento das atividades e da dispensa de funcionários. Na prática, o BB não vai deixar Portugal, mas focar sua operação nas pessoas jurídicas. As pessoas físicas somam apenas 8 mil contas em Portugal. A mesma estratégia vale para a França, onde a operação de varejo do BB é ainda mais tímida.