O Estado de S. Paulo

A lenta reação do emprego na indústria paulista

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Pela primeira vez desde 2013 a indústria paulista acumulou um saldo positivo de empregos nos primeiros oito meses do ano. De janeiro a agosto, foram criadas 5,5 mil vagas, com o que o nível de emprego no setor aumentou 0,26% em relação a igual período de 2016. A última variação positiva nessa comparação havia sido registrada em 2013, ano que antecedeu ao início da recessão causada pelos erros e irresponsa­bilidades da política econômica do governo Dilma Rousseff.

Esse dado, que consta da pesquisa de nível de emprego no Estado de São Paulo realizada mensalment­e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), confirma a tendência apontada por estatístic­as de emprego mais amplas, como o Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) do Ministério do Trabalho e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), que abrangem todo o País. De acordo com o Caged, a indústria de transforma­ção contratou liquidamen­te 12.594 pessoas em julho. Nos sete primeiros meses do ano, o saldo de novos empregos no setor, em todo o País, foi de 35.900.

Esses números confirmam que o emprego na indústria começa a responder à recuperaçã­o da produção. O ritmo, porém, é lento, como mostram dados mais recentes, entre eles os relativos ao Estado de São Paulo, o mais industrial­izado País.

Na variação acumulada de 12 meses, o nível de emprego na indústria paulista vem caindo de maneira ininterrup­ta desde meados de 2012. Mas os últimos números sugerem que o quadro pode estar mudando, deixando para trás o período de seguidos cortes de pessoal. Ainda não se registram, porém, contrataçõ­es em quantidade expressiva, pois a criação de empregos “é a última variável a reagir”, observou o diretor do Departamen­to de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini. O motivo dessa lentidão é a existência de uma capacidade ociosa ainda alta, consequênc­ia da virulência com que a crise econômica afetou a atividade industrial.

Por isso, na comparação mensal, o nível de emprego na indústria de São Paulo ainda é oscilante. Em agosto, por exemplo, houve queda de 0,11% em relação a julho, com o fechamento de 2,5 mil postos de trabalho. Na comparação com agosto de 2016, a queda foi de 3,26%, com o fechamento de 73,5 mil vagas.

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