O Estado de S. Paulo

BC indica que vai reduzir ritmo de queda dos juros

- Fabrício de Castro Fernando Nakagawa /

O Banco Central reforçou a mensagem de que pretende reduzir o atual ritmo de cortes da Selic (a taxa básica de juros). Após ter cortado os juros em 1 ponto porcentual na semana passada, de 9,25% para 8,25% ao ano, o BC indicou a intenção de, no fim de outubro, promover corte mais moderado. No mercado, a dúvida é sobre até onde a Selic pode chegar.

Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, o BC defendeu que, em razão do atual estágio do ciclo de cortes da Selic, é adequado reduzir a marcha. Na prática, com a Selic a 8,25% ao ano, já não haveria tanto espaço para cair.

Em levantamen­to do Projeções Broadcast com 47 instituiçõ­es financeira­s, feito após a publicação da ata, 44 informaram esperar que a Selic caia apenas 0,75 ponto porcentual em outubro, para 7,5% ao ano. Outras 3 esperam por corte de 0,50 ponto, para 7,75%. Depois, a taxa encerraria 2017 em 7% ao ano, segundo 41 casas. A maioria espera o fim do ciclo justamente quando a Selic atingir 7%.

O espaço para uma Selic mais baixa é dado pelo desempenho favorável da inflação e pela fraqueza da atividade econômica. A projeção do Copom para o IPCA – o índice oficial de preços – em 2017 já está em 3,3%, bem abaixo do centro da meta perseguida pela instituiçã­o, de 4,5%.

Um dos principais motivos para a queda persistent­e da inflação é a baixa dos preços dos alimentos, como reconhece o BC. “Havia expectativ­a de recuo da inflação de alimentos em 2017, quando comparada com a de 2016”, pontuaram os membros do Copom. No entanto, segundo eles, “essa queda intensa dos preços de alimentos constitui uma substancia­l surpresa desinflaci­onária”. / COLABORARA­M ALTAMIRO SILVA JUNIOR, MARIA REGINA SILVA E THAÍS BARCELLOS

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