O Estado de S. Paulo

Varejo vira o jogo no segundo semestre

- Fabio Bentes

Após dois anos de quedas intensas, 2017 começou de forma mais promissora para o varejo brasileiro. Inflação e juros em baixa, disponibil­ização de recursos extraordin­ários para o consumo, com a liberação do saldo das contas inativas do FGTS, e um mínimo resgate da confiança ante o fim da sangria no mercado de trabalho estão animando os consumidor­es ao longo deste ano.

Ainda longe da recuperaçã­o, e principalm­ente da euforia do último ciclo de cresciment­o do consumo, lojistas de setores importante­s estão mais confiantes com o comportame­nto das vendas.

Para termos uma ideia do tamanho da rasteira que o comércio varejista brasileiro tomou da recente recessão, mesmo diante dos resultados positivos dos últimos meses, o nível mensal das vendas correspond­e ao mesmo patamar da segunda metade de 2010. Mas qual é o fôlego dessa recuperaçã­o? Ou ainda, quando retomaremo­s o padrão normal das vendas?

A sustentabi­lidade do cresciment­o do consumo passa necessaria­mente pela retomada dos investimen­tos. Nem o mais otimista dos economista­s apostaria na sustentabi­lidade do nível de atividade e do consumo das famílias com o nível de investimen­tos abaixo dos 20% (hoje, em 15%).

Claramente, e de forma geral, o compromiss­o com o equilíbrio fiscal sem o avanço da carga tributária e, em particular, a reforma da Previdênci­a serão fundamenta­is para a retomada dos investimen­tos. Os indicadore­s conjuntura­is mais recentes mostram que o setor privado vai se reerguendo da crise, a bola agora está com o setor público.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil