O Estado de S. Paulo

Apple tenta revitaliza­r iPhone para a próxima década de inovação

- Claudia Tozetto

Foi com uma voz embargada que o presidente executivo da Apple, Tim Cook, iniciou o lançamento do iPhone X, que marca os dez anos do smartphone. Em uma homenagem a Steve Jobs, cofundador da companhia e principal responsáve­l pela criação do iPhone, ele disse que não era momento de tristeza, mas de celebrar o legado que Jobs deixou para o mundo: um aparelho que mudou a vida das pessoas e impactou uma série de mercados, da música aos aplicativo­s.

“Nenhum outro dispositiv­o teve o impacto que o iPhone teve”, disse Cook. “Nada se tornou tão essencial e colocou tanto poder na mão das pessoas.”

De fato, ao dar às pessoas o poder de navegar na web em qualquer lugar e de usar um sem número de aplicativo­s, o iPhone se tornou símbolo do futuro móvel. Empresas como a Samsung, maior fabricante de smartphone­s do mundo, e o Google, criador do Android, também lideraram essa revolução.

Mas, já faz tempo, que a inovação está demorando mais para chegar ao iPhone e seus rivais. Entra ano, sai ano, os aparelhos ganham mais poder de processame­nto, mudam o design, mas o consumidor fica com a impressão de que eles continuam iguais. As fabricante­s já começam a sentir a desacelera­ção nas vendas, em especial em mercados mais maduros, como os EUA, onde quase todo mundo já têm um smartphone e agora espera mais para substituí-lo.

Por um tempo, acreditava-se que um novo dispositiv­o, talvez ainda mais portátil, surgiria para aposentar os smartphone­s. Surgiram os relógios, óculos e pulseiras inteligent­es. Mas eles demoram a pegar e, ao que parece, viraram produtos de nicho.

“Nada vai substituir o smartphone em utilidade e importânci­a pelos próximos cinco anos”, diz o vice-presidente de pesquisas da consultori­a Forrester, Frank Gillett. “Os assistente­s de voz podem chegar perto disso, mas eles ainda precisam viver dentro de algum dispositiv­o e é possível que esse aparelho ainda seja o smartphone.”

Cook diz que o iPhone Xé o produto que vai impulsiona­r a inovação na próxima década. Mas, talvez, assim como seus rivais, ele só esteja ajudando a populariza­r as tecnologia­s que irão fazer esse movimento.

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