O Estado de S. Paulo

Pilotagem à moda antiga

A R$ 19.900, Royal Enfield Classic 500 é uma volta ao motociclis­mo ‘de raiz’

- José Antonio Leme jose.leme@estadao.com

Na parada de semáforo, o motorista do carro ao lado baixa o vidro e pergunta se a moto é um modelo antigo restaurado. Não é. Mas ainda assim a Royal Enfield Classic é uma verdadeira viagem no tempo, por causa do visual e do modo de guiar, que remetem à década de 50.

Montada em Manaus, o modelo com visual retrô parte de R$ 19.900 e leva quem o conduz de volta a um tempo no qual aspectos como potência e excesso de itens eletrônico­s não eram essenciais.

Por mais R$ 1 mil, o freio ABS adiciona também disco na traseira. A versão avaliada, sem o opcional, não dá sustos da hora de parar, mas é preciso pressionar os freios com vigor.

Simples, o painel tem velocímetr­o, hodômetro total e luzes de advertênci­a da reserva de combustíve­l e da injeção eletrônica. Mas faz falta o marcador de nível de gasolina.

Embora seja pequena, a Classic tem bom vão livre do solo. Pilotos com 1,80 metro viajam bem, apesar de as pernas ficarem flexionada­s a 90°, o que cansa após longos trechos – resultado também da densidade ruim do assento.

A Classic não é ágil nas trocas de direção e as suspensões (convencion­al na frente e biamorteci­da atrás) não lidam bem com buracos e piso ruim.

O motor monocilínd­rico de 499 cm3 gera 27 cv. A potência não é o forte dessa moto, mas os 4,2 mkgf de torque dão conta do recado em subidas.

O maior pênalti é o excesso de vibração entre 100 km/h e 120 km/h, que reverbera nas pedaleiras. A adoção de coxins de borracha para fixar o motor reduziriam o desconfort­o.

O câmbio de cinco marchas e relações longas ajuda a aproveitar a força do motor, mas os engates são imprecisos.

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FOTOS: GUSTAVO EPIFANIO/ROYAL ENFIELD
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Painel é simples e remete ao passado, como o restante da moto

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