O Estado de S. Paulo

Múltiplos itinerário­s com aspectos regionais

Estados e escolas terão autonomia para definir percursos de acordo com caracterís­ticas locais

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As redes públicas e as escolas particular­es terão autonomia para criar percursos que combinem vários conteúdos, não se limitando aos itinerário­s citados na lei – Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Ensino Profission­al. “A gente espera que a escolha dos Estados seja sempre por itinerário­s integrados”, disse a diretora de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação (MEC), Teresa Pontual. “Então não serão cinco, serão centenas de itinerário­s, e o esforço estará em como estruturar tudo para que o Estado consiga gerenciar isso bem.”

Os itinerário­s são a parte do ensino médio em que o aluno escolhe uma área de afinidade. A recomendaç­ão do MEC é que esses trajetos respeitem caracterís­ticas e necessidad­es regionais. “A escola vai ter um papel central na construção e os professore­s terão de se reinventar. A educação vai ter de dar conta da construção de itinerário­s que o Brasil precisa”, disse Rossieli Soares da Silva, secretário nacional de Educação Básica do MEC, em debate no Estado. Os itinerário­s deverão ter o aval dos Conselhos Estaduais de Educação. O prazo para o aluno escolher um itinerário também será definido pelos Estados – o MEC sugere que seja na metade do 2.º ano.

Antes que a reforma seja implementa­da, o MEC tem de aprovar a Base Nacional Comum Curricular. Ela definirá que conteúdos o aluno deve aprender e em que anos do médio. Nos três, Língua Portuguesa e Matemática serão obrigatóri­as. A base curricular definirá os conteúdos exigidos em História, Geografia, Biologia, Química, Física, Artes, Educação Física e Inglês. Filosofia e Sociologia continuarã­o sendo obrigatóri­as, não necessaria­mente disciplina­s separadas.

Pode levar cerca de três anos até que as primeiras turmas estudem com o currículo flexível. Mas o assunto já mobiliza os alunos, como os do 9.º ano do Colégio Internacio­nal Emece, na zona oeste de São Paulo, que pensaram que teriam de se decidir por um percurso já em 2018. “Dá um certo medo escolher a área e acabar mudando de ideia. Nessa idade a gente tem noção do que quer fazer, não uma certeza”, diz Lucas Gabriel de Oliveira, de 14 anos.

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FOTOS CIBELE BARRETO Novidade. Lei gerou dúvidas em colégios, como o Emece

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