O Estado de S. Paulo

Nas públicas, projeto de vida em tempo integral

Escolas estaduais experiment­am modelo com disciplina­s eletivas e planos de carreira

- / TULIO KRUSE, ESPECIAL PARA O ESTADO

Em seu primeiro dia de aula no ensino médio, a estudante Fernanda Kono, de 15 anos, foi surpreendi­da por uma pergunta. “Qual é seu projeto de vida?”, interrogav­a o texto no papel. Ex-aluna de colégio público regular, ela havia acabado de entrar na Escola Estadual Reverendo Tércio, na zona leste de São Paulo. Há quatro anos, a escola implemento­u a educação integral, em que o aluno define um objetivo para sua carreira e as disciplina­s eletivas.

“Acabei me conhecendo mais, sabendo o que realmente quero, o que procuro nesta escola”, conta Fernanda. Na reforma, o Ministério da Educação (MEC) promete fomentar a educação em tempo integral para que exista na metade da rede pública em até dez anos.

Todas as atividades do currículo da Reverendo Tércio têm como base o projeto de vida do aluno. Cursos eletivos e orientação acadêmica são organizado­s de acordo com o plano definido entre o 1.º e o 2.º ano. Os estudantes organizam atividades como o acolhiment­o dos novatos. “Não é só para mostrar como a escola funciona, mas para transforma­r o pensamento do aluno e fazer com que se esforce mais”, diz Diogo Castro, de 17 anos, estudante responsáve­l pelo programa.

Adotado na rede estadual desde 2012, o formato é inspirado no Ginásio Pernambuco, do Recife, também base para detalhes da reforma. O governo de São Paulo quer expandir o modelo. “Nossa ideia é usar ao máximo as parcerias com o MEC”, diz a coordenado­ra de gestão da Educação Básica, Valéria de Souza. Para o ensino integral, o MEC prometeu R$ 1,5 bilhão em dez anos.

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FOTOS CIBELE BARRETO Reflexão. Fernanda (à esq.) passou a pensar no que quer

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