O Estado de S. Paulo

Técnico integrado facilita rotina do aluno

Reforma permite parcerias entre escolas e instituiçõ­es profission­alizantes

- / L.L.

O despertado­r toca às 5 horas. Renata Marques, de 16 anos, sai de casa às 5h30 e pega metrô, trem e ônibus para ir do Grajaú ao Serviço Nacional de Aprendizag­em Industrial (Senai) Ary Torres, em Santo Amaro, também na zona sul de São Paulo. Após as aulas do técnico em Eletroelet­rônica, faz o caminho inverso e usa as tardes para rever o conteúdo. Divide a rotina de estudos com as matérias do 3.º ano da Escola Estadual Jardim Noronha 5, também na zona sul, que ela cursa à noite. “O tempo é muito curto, e tem tanta coisa.”

A reforma inclui o técnico como um itinerário e estabelece que parcerias entre instituiçõ­es de ensino regular e de cursos técnicos e profission­alizantes poderão ser firmadas. “Tenho certeza de que seria muito mais fácil”, diz Renata. “Além disso, melhoraria muito o ensino médio como um todo.” O diretor de operações do Senai, Gustavo Leal, disse ao Estado, em entrevista, que o setor aguardará a implementa­ção da reforma para cogitar uma parceria com a rede pública.

O Centro Paula Souza (CPS), que administra as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e as Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), propôs auxiliar a rede estadual com eventual parceria, usando espaços ociosos em unidades públicas,

mas o assunto só deve ser estudado após a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O Colégio Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) já oferece aos alunos do ensino médio a possibilid­ade de fazer o curso regular e o técnico juntos. São duas matrículas e grades separadas, mas dentro dos mesmos três anos. O diretor do Colégio Fecap, Marcelo Krokoscz, afirma que a escola estuda parcerias com instituiçõ­es para oferecer o itinerário técnico. “Estamos trabalhand­o em cima do texto da lei. Já temos um esboço de como seria essa possibilid­ade de convênio com escolas.”

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