O Estado de S. Paulo

Palmeiras ganha, mas não empolga

Time joga um futebol de má qualidade contra o ameaçado Coritiba, mas vitória permite sonhar com subida na classifica­ção

- Ciro Campos

Em uma rodada de derrotas de Grêmio e Santos, o Palmeiras fez a sua parte e começa a ficar perto de poder superar os dois concorrent­es na tabela do Campeonato Brasileiro. O time ganhou ontem do Coritiba por 1 a 0, no Pacaembu, mesmo sem jogar bem. Pelo menos a vitória veio e a equipe já pode sonhar com o possível salto de posição do quarto ao segundo lugar na próxima rodada caso a mesma combinação favorável se repita.

O Palmeiras está em situação favorável apesar de outra atuação ruim. A equipe recebeu um adversário que está na zona de rebaixamen­to, mas não conseguiu mandar na partida. A melhores chances só ocorreram em bolas aéreas ou em jogadas individuai­s. Assim saiu o gol.

“Tivemos um sufoco no fim. Precisávam­os da vitória para encostar nos primeiros colocados. O importante foi vencer”, disse o zagueiro Edu Dracena.

O técnico Cuca surpreende­u ao voltar atrás na formação do time. Após fixar o 4-4-2 como esquema nos jogos anteriores e nos últimos treinos, o treinador retornou ao 4-3-3, para dar mais velocidade nas pontas com Dudu e Keno. Outro experiment­o dele foi promover Egídio a titular. Pela primeira vez desde o pênalti perdido na eliminação na Copa Libertador­es o lateral começou um jogo em que o Palmeiras era o mandante.

Após duas chances de gol nos dez primeiros minutos, o Palmeiras passou a ter dificuldad­es com a marcação e com os próprios erros. A equipe só conseguia chegar com mais perigo pela esquerda, um atalho por onde sempre rendiam as jogadas mais comuns: conseguir apenas escanteios. Em um primeiro tempo de chutes tortos e erros crassos de domínio de bola, a arma para se sair na frente foi a insistênci­a.

De tanto buscar jogadas pelo lado esquerdo, mesmo quando os jogadores invertiam posições, a equipe chegou ao gol no fim do primeiro tempo. Dudu foi à linha de fundo e cruzou para Jean concluir, aos 39 minutos. Se não era um Palmeiras brilhante, pelo menos era persistent­e.

O jogo, no entanto, não estava resolvido. Com o Palmeiras sem inspiração e dependente de jogadas individuai­s, o Coritiba conseguiu com duas alterações no intervalo pressionar e levar mais perigo. Fernando Prass fez defesas importante­s para evitar o empate.

O sufoco deixou a torcida apreensiva e irritada com os erros. O mandante e favorito Palmeiras passou a viver de contra-ataques e a torcer para o relógio andar rápido, como se fosse um azarão que conseguia uma improvável vitória.

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