‘Tentei preservar aquilo que é primordial’
A analista de exportação Valéria Brauer suspendeu as aulas de natação do filho, cortou a terapia e renegociou o seguro do carro. Ela decidiu fazer essa ginástica financeira para conseguir manter o plano de saúde e o filho na escola particular. “Tentei preservar aquilo que é primordial: saúde e educação.”
O convênio médico da analista foi reajustado em 25,8% em julho e o plano do filho subiu 13% neste ano. A mensalidade escolar teve alta de 10%. Ela acredita que a escola terá um reajuste de mais 10% no ano que vem. “Consegui renegociar o seguro do carro, mas não consegui baixar a mensalidade do plano de saúde nem a do colégio”, observa.
Valéria conta que já falou várias vezes para o filho de 9 anos, que cursa o quarto ano do ensino fundamental, que queria mudá-lo de escola. “Mas ele diz que gosta dos amigos e eu confio na educação”, explica a analista.
Além da dificuldade de trocar de escola por causa da relação de confiança que existe entre ela e os educadores e do relacionamento do filho com os colegas de classe, Valéria ressalta também que não tem alternativas entre os colégios particulares perto da sua casa porque eles cobram um valor de mensalidade maior do que o que ela paga atualmente. “Não tenho para onde fugir”, diz.
No passado, a analista chegou a colocar o filho na escola pública, mas na época ele era pequeno, frequentava a pré-escola. Agora, diz ela, não tem condições porque a qualidade do ensino é pior e o filho será prejudicado. No caso do plano de saúde, Valéria tentou fazer uma troca, mas desistiu por causa da queda na qualidade. “Isso não é luxo, é saúde”, argumenta.