O Estado de S. Paulo

Após redução de dívida, Vale faz planos de expansão

Mineradora estuda ainda a possibilid­ade de investir em eletricida­de, entrando na disputa por quatro usinas da Cemig

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A mineradora Vale tem realizado estudos para definir uma nova estratégia de cresciment­o, que deverá ser colocada em prática assim que a companhia cumprir suas metas atuais de reduzir o endividame­nto para níveis confortáve­is, disse ontem o diretor-geral de Recursos Humanos e Consultori­a Geral da empresa, Clóvis Torres.

O executivo afirmou ainda que a Vale tem, em separado, avaliado a possibilid­ade de investir em negócios no setor de eletricida­de, como uma possível aquisição de concessões de hidrelétri­cas da estatal mineira Cemig que a União pretende colocar em leilão ainda neste mês, devido ao vencimento do prazo de exploração dos ativos.

Segundo Torres, a definição de como a Vale buscará garantir sua expansão nos próximos anos tem sido “o principal desafio” do novo presidente-executivo da companhia, Fabio Schvartsma­n. “Estamos aí numa retomada, cumprindo o que prometemos no nosso planejamen­to estratégic­o. Vamos cumprir o mais rápido possível, para chegar a níveis confortáve­is de endividame­nto”, afirmou a jornalista­s, após participar de uma conferênci­a do setor de mineração em Belo Horizonte. “A partir daí, você tem que ter, sim, uma estratégia de cresciment­o definida. Para buscar aí, seja diversific­ação, seja fusões e aquisições, seja cresciment­o mesmo com novos projetos. Essa é a mudança que ele (Schvartsma­n) se propõe a colocar na mesa”, acrescento­u, sem antecipar detalhes sobre os estudos.

Em julho, Schvartsma­n disse que a meta da Vale de reduzir o endividame­nto para cerca de US$ 15 bilhões deve ser atingida apenas durante 2018. No fim do segundo trimestre, a dívida líquida da empresa estava em aproximada­mente US$ 22 bilhões.

Energia. No setor elétrico, onde possui investimen­tos por meio da Aliança, uma joint venture com a mineira Cemig, a Vale tem interesse em disputar um leilão agendado para 27 de setembro, no qual a União oferecerá a investidor­es quatro hidrelétri­cas.

As usinas de Jaguara, Miranda, São Simão e Volta Grande somam 2,9 gigawatts em capacidade instalada de geração, e o governo quer arrecadar ao menos R$ 11 bilhões com a cobrança de bônus de outorga junto aos vencedores da disputa pelos ativos, que pertenciam à Cemig antes do fim dos contratos de concessão.

Segundo Torres, a Vale deverá utilizar a Aliança como veículo de investimen­to caso decida participar da disputa. Ele disse, no entanto, que a decisão está condiciona­da a definições em torno de uma disputa jurídica pelos ativos que serão licitados – a Cemig tem buscado negociar um acordo com a União para manter as usinas, além de tentar derrubar ou suspender o leilão na Justiça. No momento, inclusive, a realização do leilão está suspensa devido a uma liminar, que a Advocacia-Geral da União tem tentado derrubar.

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GIL LEONARDI / IMPRENSA MG - 18/8/2017 Data. Usina Miranda está em leilão agendado para o dia 27

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