O Estado de S. Paulo

Falta de chuva pede atenção para o consumo de água

por meio de ações de pequeno e grande porte, empresas e sociedade já tomam atitudes para evitar que uma nova crise hídrica atinja a população

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Já são quase 30 dias sem chuva e temperatur­as elevadas em São Paulo. Impossível não se lembrar da crise hídrica que atingiu o Estado em 2014, quando os reservatór­ios chegaram a níveis alarmantes, fazendo com que a população mudasse sua rotina para enfrentar a falta de água. Esse cenário não é exclusivid­ade do Estado ou da cidade de São Paulo. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a crise hídrica é o risco mais impactante que o mundo enfrenta, e há anos a gestão da água é um assunto prioritári­o para a Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU).

Mas depois de passado o susto, será que as pessoas ainda mantêm os bons hábitos que cultivaram para a economia de água? Em mais uma edição da blitz da sustentabi­lidade, realizada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e pela “Rádio Eldorado”, no último final de semana, no parque da Aclimação e na Avenida Paulista, em São Paulo, os entrevista­dos puderam compartilh­ar um pouco de seus hábitos diários para reduzir o consumo, principalm­ente nas residência­s.

Emílio Garcia tem procurado alternativ­as, reduzindo o tempo do banho e estudando a troca dos vasos sanitários para modelos que utilizem um volume menor de líquido nas descargas. “Tenho medo de uma nova crise hídrica, é assustador as pessoas não se preocupem com isso. Pode parecer que o problema foi resolvido, mas a cada dia chove menos e a gente consome mais água.”, diz.

Marina Ornellas Ferreira também se preocupa com a repetição da crise de 2014. “Uso a água da máquina de lavar para limpar o chão, e coloquei redutores de vazão nas torneiras. Além de conseguir reduzir a conta, ajudamos o meio ambiente com essas pequenas atitudes”. Lucas Muniz Godoy tem o mesmo pensamento. No estúdio onde mora com a namorada, o casal faz tudo o que pode para diminuir o consumo diário. “A gente junta um pouco mais de louça para lavar tudo de uma vez, toma banhos mais curtos, fecha a torneira enquanto escova os dentes. Pode parecer pouco, mas é importante cada um fazer sua parte”, explica. O papel da indústria O desafio da redução de consumo é um tema que também faz parte das agendas de discussões de um número cada vez maior de empresas em todo mundo. Entre elas está a Braskem, que desde 2002 já investiu cerca de R$ 280 milhões em projetos para a melhoria da eficiência hídrica em ações que renderam à multinacio­nal brasileira uma economia superior a R$ 175 milhões, valor que inclui a diminuição de custos com tratamento de efluentes líquidos e consumo de água.

Na região do ABC, onde a companhia possui três unidades produtivas localizada­s no Polo Petroquími­co, o Projeto Aquapolo se destaca pelos resultados: entre 2014 e 2016, a empresa reutilizou 25 milhões de m³ do líquido. A iniciativa liberou o consumo de água potável para a população local em um volume equivalent­e a 10 mil piscinas olímpicas.

“Além de entender como a água é utilizada e o destino dado aos efluentes, a gestão hídrica deve analisar e otimizar todos os recursos de uma unidade produtiva e levar em conta fatores externos, como as mudanças climáticas”, afirma Jorge Soto, diretor de Desenvolvi­mento Sustentáve­l da Braskem.

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Lucas Muniz Godoy acredita que é importante cada um fazer a sua parte
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Marina Ornellas Ferreira se preocupa com a repetição da crise de 2014

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