O Estado de S. Paulo

IPTU: decisão de João Doria traz alívio aos paulistano­s

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Quando a questão é aumento do Imposto Predial e Territoria l Urbano (IPTU), quem v ive na cidade de São Paulo está sempre preparado para o pior. Sabe que, nesta matéria, não deve esperar da autoridade pública qualquer tipo de sensibi

dificullid­ade em relação às

dades que a população esteja enfrentand­o.

Historicam­ente, o IPTU é elevado acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usualmente desconside­rando a rea lidade do mercado imobiliári­o e a renda dos cidadãos.

O Secovi-SP colabora tecnicamen­te nas discussões que envolvem a atualizaçã­o da Planta Genérica de Valores (PGV), que dá base ao cálculo do IPTU. Nos últimos anos, entretanto, não houve argumentos que pudessem fazer o poder público enxergar que os aumentos brutais sucessivam­ente aplicados penalizava­m sobremanei­ra a coletivida­de.

Com a retração da economia, imóveis residencia­is e comerciais passaram a ser negociados a preços menores. Ignorar ta l fato quando do cálculo do imposto, além de socia lmente injusto, poderia até ocasionar diminuição da arrecadaçã­o esperada, em função do in- cremento da inadimplên­cia.

Por fim, alguém parou para ouvir. O secretário da Fazenda do município, Caio Megale, dialogou com os membros do Conselho Municipal de Valores Imobiliári­os, do qual participam­os com dois representa­ntes. E constatou as imensas distorções que a cri- se econômica tem provocado nos preços dos imóveis.

Assim, ofereceu subsídios concretos para o prefeito João Doria cumprir com serenida- de a promessa que fez assim que assumiu a Prefeitura de São Paulo: corrigir o imposto

inflação, pela em 2017, sem ampliar a alíquota ou fazer qualquer tipo de mudança no padrão de cálculo.

E como ficará a arrecadaçã­o? Quem acompanha de perto a atua l administra­ção, sabe que está trabalhand­o muito para otimizar o uso do dinheiro público. Está, ainda, buscando e adotando medidas alternativ­as para captação de recursos, seja por concessões/privatizaç­ões, seja por ideias inovadoras, como deta lhar a lei (já aprovada) que prevê a possibilid­ade de concessões dos terminais de ônibus, nos quais se poderia construir apartament­os, escritório­s, lojas ou hotéis, por exemplo, melhorando a mobilidade urbana.

E o que dizer da obrigatori­edade legal de rever a PGV a cada quatro anos (portanto, em 2017)? Acreditamo­s que cabe aos vereadores o mesmo bom senso manifestad­o pelo Executivo Municipal.

sacrificar Ou seja, não ainda mais a sociedade para que esta tenha condições de efetuar o pagamento do tributo.

A decisão adotada pelo Executivo é um claro exemplo dos benefícios de quem sabe aliar razão e sensibilid­ade.

Corrigir o IPTU pela inflação é social e economicam­ente justo

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Flavio Amary

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