O Estado de S. Paulo

Furacão deixa 90% de Porto Rico sem luz

Maria atingiu ilha com ventos de até 240 km/h, mas perdeu força a caminho da República Dominicana e do Haiti

- SAN JUAN

Ao menos 90% dos porto-riquenhos ficaram sem luz após a passagem do furacão Maria, que atingiu a ilha na manhã de ontem com ventos de até 240 km/h. Antes, o fenômeno havia castigado as Ilhas Virgens americanas e deixado pelo menos dois mortos nas Antilhas francesas.

Na tarde de ontem, o olho da tempestade estava a 40 quilômetro­s de San Juan e havia per- dido um pouco da força. Ele avançava para a Ilha de Hispaniola como um furacão de categoria 3, com ventos de até 185 km/h.

“O importante agora é que as pessoas saibam que o pior da tempestade ainda está por vir. Há muitas inundações e danos na infraestru­tura, mas a única coisa que deve importar agora é que as pessoas permaneçam a salvo”, disse o governador porto-riquenho, Ricardo Rosselló, à rede CNN.

A prefeita de San Juan, Carmen Yulin Ruiz, pediu em entrevista ao jornal El Nuevo Día que os cidadãos de Porto Rico comecem a racionar água e alimentos, já que, segundo ela, alguns ficarão até “quatro meses sem luz”.

O presidente americano, Donald Trump, também comentou a passagem do furacão Maria pelo território. “Porto Rico está sendo duramente golpeado por um novo monstruoso fu- racão”, escreveu Trump no Twitter.

O Maria é o primeiro furacão de categoria 4 em mais de 80 anos a atingir Porto Rico, onde vivem 3,3 milhões de pessoas. Segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), ele está se movendo a 17 km/h em direção oeste-noroeste.

Direção. Espera-se que o furacão continue nessa direção nos próximos dias. Na trajetória prevista, o olho do Maria passará pela costa norte de Porto Rico e chegará ao nordeste da República Dominicana na madrugada de hoje.

Na terça-feira, o governador Rosselló já havia alertado à população que se preparasse para a pior tempestade do último século. “Confesso que tenho medo. Pela primeira vez estou preocupada, porque é a primeira vez que vou ver um furacão dessa intensidad­e”, disse a professora Noemi Aviles Rivera, de 47 anos, que testemunho­u dois deles: Hugo, em 1989, e Georges, em 1998.

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HECTOR RETAMAL/AFP Destruição. Furacão Maria em sua passagem por San Juan

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