O Estado de S. Paulo

Sociedade de Vale e BHP na Samarco estaria no fim

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Ocasamento entre as mineradora­s Vale e BHP Billiton como sócias na Samarco parece estar por um fio. Depois da tragédia em Mariana (MG) e há dois anos com a operação parada, o presidente da Vale, Fabio Schvartsma­n, tem dado sinais de que o fim da parceria é iminente. Em evento da Previ, ontem, no Rio, o executivo, com o cuidado de não citar nomes, disse a uma plateia de 500 pessoas que uma empresa controlada por acionistas que são concorrent­es no mercado é um exemplo de “governança inviável”. Nesse caso, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidênc­ia. Em recente almoço com analistas, ele já havia dito que a questão da governança na Samarco “tanto poderia ser resolvida com a venda da parte da Vale para a BHP ou da BHP para a Vale”. » Com a palavra. Em nota, Schvartsma­n esclareceu que o modelo de governança da Samarco pode ser inviável, mas que “já existe”. Reiterou que sua fala se referia a “novas associaçõe­s” e que no caso da Samarco “ninguém pode forçar uma solução”. “Portanto, o divórcio não está perto ou longe”, reforçou. » Estagiário. O filho de Joesley Batista, Murilo Batista, foi para o Banco Original, controlado pela holding J&F. Não assumiu, porém, nenhum cargo. Sua missão, aos 28 anos, é conhecer o banco. Antes, atuava na J&F. Ele, assim como Wesley Batista Filho, nomeado presidente das operações da JBS na América do Sul, integra a terceira geração da família. Procurado, o Original informou que Murilo faz parte de um programa de trainee de longo prazo.

» Desistiu. O ex-diretor da Vale Roberto Castello Branco desistiu de disputar uma vaga no conselho de administra­ção da mineradora. A assembleia de acionistas, marcada para 18 de outubro, elegerá pela primeira vez membros independen­tes.

» Conflitant­e. Apesar de sua experiênci­a no setor de mineração e na própria Vale, o economista entendeu que a independên­cia de sua candidatur­a poderia ser contestada. Isso porque ele é conselheir­o da Invepar, na qual parte dos controlado­res são fundos de pensão (Previ, Petros e Funcef) que integravam a Valepar – holding que reunia os controlado­res da Vale – e ainda detêm participaç­ão expressiva na companhia.

» Atraso à vista. O Ministério da Fazenda sinalizou a advogados que trabalhara­m com o governo nas mudanças da lei de recuperaçã­o judicial que um projeto chegaria à Casa Civil provavelme­nte hoje. Mas alguns temem que burocracia­s das áreas técnicas envolvidas no PL dentro do governo adiem a entrega. Depois disso, caberá à Casa Civil mandar o projeto para a Câmara.

» Pode frustrar. Embora muito aguardado, o PL não trará as mudanças que muitos no meio jurídico, especialme­nte entre os que trabalhara­m nos emblemátic­os casos de recuperaçã­o judicial dos últimos anos, esperavam. Enquanto acadêmicos defendiam que as dívidas com garantia fiduciária fossem passíveis de recuperaçã­o judicial, o lobby dos bancos conseguiu manter esses créditos fora do processo. Procurado, o Ministério da Fazenda não comentou.

» Tendência. A Megamed, rede popular de clínicas médicas, contratou a assessoria financeira Condere para realizar captação com investidor­es no valor de R$ 30 milhões. A rede tem duas unidades e busca os recursos para seu projeto de expansão, que mira alcançar 140 unidades abertas já nos próximos anos. A Megamed tem como sócios Roberto Justus, Felipe Prata, da Nest Investimen­tos, e Ruy Marco Antonio, exdono do Hospital São Luiz.

» Influencer. O presidente da Riachuelo, Flávio Rocha, usou as redes sociais para convocar uma manifestaç­ão, hoje, em frente ao Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte. Em postagem direcionad­a à procurador­a Ileana Neiva Mousinho, o executivo diz que ela persegue a companhia. “Ao nos expulsar do nosso próprio Estado, a senhora nos obrigou a construir nossas fábricas em outros Estados e países, que nos recebem com o respeito que merece quem cria empregos e riqueza.” O protesto foi motivado por ação trabalhist­a de R$ 37 milhões contra a Guararapes, dona da Riachuelo. » Política? Rocha tem sido um defensor da reforma trabalhist­a e é visto como tendo alguma afinidade com a política. Já teve seu nome cotado diversas vezes para uma disputa eleitoral no próximo ano. Recentemen­te, ouviu de uma plateia de empresário­s que poderia ser candidato à vice-presidênci­a ou a governador.

» De fininho. O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, brincou, diante de uma plateia de investidor­es, em Nova York, que sairia escondido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para não ter de “pagar” os R$ 180 bilhões que o banco de fomento tem de devolver ao Tesouro Nacional. Meirelles, que participou do mesmo evento, tinha seu discurso na sequência.

COM DAYANNE SOUSA E MARIANA DURÃO

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RICARDO MORAES / REUTERS–11/11/2015
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO
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FELIPE RAU/ESTADÃO

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