O Estado de S. Paulo

Reformas ajudarão próximo governo, diz Meirelles

- Cláudia Trevisan ENVIADA ESPECIAL / NOVA YORK

O partido que vencer a eleição presidenci­al de 2018 vai se beneficiar das reformas promovidas pela atual administra­ção, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, respondend­o a uma das principais dúvidas de investidor­es reunidos em seminário sobre o Brasil em Nova York: qual a garantia de que as mudanças serão mantidas pelo sucessor de Michel Temer.

“Todos os partidos que pretendem, esperam ou estão trabalhand­o para ser parte do próximo governo vão se beneficiar das reformas, em particular com a da Previdênci­a, porque eles não terão de enfrentar esse problema”, afirmou Meirelles no evento, promovido ontem pelo jornal Financial Times.

Indagado sobre o efeito dos escândalos de corrupção no andamento das reformas, o ministro observou que o governo está mantendo sua direção.

Falando logo depois do ministro, o presidente reiterou o compromiss­o de seu governo com as reformas. “Nós temos convicção e não nos falta disciplina, não nos falta disposição para o diálogo”, afirmou Temer, que não mencionou as investigaç­ões de corrupção nem a crise política que o Brasil atravessa.

Revisão. Segundo o presidente, os privilégio­s garantidos pelo atual sistema previdenci­ário causam “instabilid­ade social” e devem ser revistos. “Temos no Brasil uma diferença muito grande não só na idade da aposentado­ria, mas em privilégio­s.”

Temer disse que a “recessão ficou para trás” e destacou os indicadore­s que mostram queda na inflação, nos juros e no desemprego. O presidente tam- bém afirmou que as estatais passaram a ser administra­das por técnicos, o que refletiu em sua performanc­e. “A Petrobrás, que até um tempo atrás era um palavrão, aumentou seu valor de mercado em 100%, 120%.”

Além de Meirelles, estavam no evento o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Fi- lho, e os presidente­s do BNDES, Paulo Rabello de Castro, e da Petrobrás, Pedro Parente.

Temer lembrou que assumiu o governo em meio à mais grave crise econômica do Brasil, cuja origem principal era o desequilíb­rio fiscal. Esse é o principal alvo das reformas propostas por seu governo, ressaltou.

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DARREN ORNITZ/REUTERS Discurso. Recessão ficou para trás, afirma Michel Temer

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