O Estado de S. Paulo

Cooperativ­a mineira recompra 50% da Vigor na Itambé.

Embora a mexicana Lala tenha anunciado a fatia de 50% na marca ao comprar a Vigor, a CCPR, antiga dona, tinha preferênci­a na recompra

- Fernando Scheller Cátia Luz

A Cooperativ­a Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) anunciou ontem que recomprou os 50% da marca Itambé que pertenciam à Vigor, empresa do grupo J&F. Inicialmen­te, o rótulo estava incluído nos ativos que seriam repassados à mexicana Lala, conforme contrato firmado em 31 de julho, por R$ 5,7 bilhões. No entanto, a cooperativ­a tinha a preferênci­a de recomprar a fatia que havia vendido à Vigor em 2013, por R$ 410 milhões.

De acordo com fontes próximas à negociação, o valor da recompra superou o acordado há quatro anos. Segundo dados da consultori­a Euromonito­r, a fatia de mercado da Itambé nos mercados de queijo e leite – que somaram 6,9% e 5,6% em 2016, respectiva­mente – pouco variaram desde a aquisição pela Vigor. No entanto, a empresa ganhou força no mercado de iogurte, passando de 3,3% para 4,3% do segmento.

Embora a marca seja relativame­nte pequena em relação à Vigor, a decisão da cooperativ­a de recomprá-la altera a lista de ativos que a Lala havia listado ao anunciar a compra da Vigor, há pouco menos de dois meses.

A apresentaç­ão feita pelo grupo mexicano incluía na compra a participaç­ão de 50% na Itambé. Procurado pela reportagem, o grupo Lala não respondeu até o fechamento dessa edição se o exercício da operação pode ou não afetar o negócio.

A Vigor fez parte do pacote de ativos que o grupo J&F conseguiu vender nos últimos meses, na esteira do acordo que os irmãos Joesley e Wesley Batista haviam fechado com o Ministério Público Federal (MPF).

O pacote incluiu ainda a venda da empresa de celulose Eldorado à Paper Excellence, por R$ 15 bilhões, que também ainda não foi encerrada. Ontem, a companhia anunciou a conclusão da venda da Alpargatas à Itaúsa e à Cambuhy (veículos de investimen­to das famílias proprietár­ias do Itaú) e a Warrant, por R$ 3,5 bilhões ( leia mais ao lado).

O acordo de recompra da Itambé pela cooperativ­a mineira envolveu os bancos BTG, Bradesco e Santander, além do escritório de advocacia Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados.

 ?? GILSON DE SOUZA/DIVULGAÇÃO - 21/2/2013 ?? Retorno. Após vender 50% da Itambé à Vigor, cooperativ­a mineira recomprou a companhia
GILSON DE SOUZA/DIVULGAÇÃO - 21/2/2013 Retorno. Após vender 50% da Itambé à Vigor, cooperativ­a mineira recomprou a companhia

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil