O Estado de S. Paulo

Anatel é contra plano de recuperaçã­o da Oi

Presidente da Oi diz que débitos estão no novo plano de recuperaçã­o da tele, mas agência avisa que será contra a medida

- Anne Warth / BRASÍLIA

O presidente da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel), Juarez Quadros, disse ontem que o órgão regulador vota- rá contra a proposta de pagamento de dívidas da Oi na Assembleia Geral de Credores, marcada para 9 de outubro. Segundo ele, não há amparo legal para que as dívidas da empresa com a agência sejam incluídas na proposta de recuperaçã­o judicial da companhia, como quer a operadora.

Ontem, o presidente da Oi, Marco Schroeder, disse que os débitos com a Anatel vão permanecer dentro do novo plano de recuperaçã­o judicial, que a companhia vai apresentar no próximo dia 27. Na avaliação dele, não existe impediment­o para a inclusão desses débitos na recuperaçã­o. “Até agora, a dívida permanece na recuperaçã­o judicial. Ela não é tributo”, disse Schroeder, ressaltand­o que considera as multas aplicadas pela Anatel “exorbitant­es”.

O novo plano, segundo Schroeder, incluirá o detalhamen­to de como a Oi pretende fazer um aumento de capital de R$ 8 bilhões. A tele reconhece dívidas de R$ 11 bilhões com a União, mas a Anatel alega que o valor chegaria a R$ 20 bilhões. No entendimen­to de Quadros, da agência reguladora, não há espaço para negociação nesse item. “A Anatel é obrigada a ir à assembleia e a votar. Mas ela tem que votar contra”, disse. “Não há disposição legal que dê amparo legal para qualquer outro posicionam­ento.”

Caducidade. O presidente da Anatel disse que a possibilid­ade de abertura de processo de caducidade de concessão pela Anatel pode ser julgada pelo Conselho Diretor no próximo dia 28. O relator do caso, conselheir­o Leonardo Euler de Mo- rais, já teria informado a intenção de apresentar seu voto sobre o caso na próxima semana.

Entre as possibilid­ades, o conselheir­o pode propor a caducidade da concessão e a intervençã­o na companhia. Os demais conselheir­os precisam aprovar a proposta, mas não é preciso unanimidad­e no Conselho Diretor da Anatel. No processo de abertura de investigaç­ões sobre a capacidade econômico-financeira da Sercomtel, no mês passado, houve aprovação por 3 votos a 2. Há ainda a possibilid­ade de que algum conselheir­o peça vista do processo.

Débitos “Até agora, a dívida permanece na recuperaçã­o judicial. Ela não é tributo.”

PRESIDENTE­Marco SchroederD­A OI

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