O Estado de S. Paulo

Para começo de conversa

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O gastrônomo e ambientali­sta Roberto Smeraldi fez uma lista com diretrizes para nortear as discussões e servir de base para a articulaçã­o de chefs e produtores. Veja os pontos principais:

1.

É necessário reformar estrutural­mente o sistema de inspeção sanitária, que apresenta três grandes problemas: não oferece segurança ao consumidor, especialme­nte no setor de carnes; não é compatível com o produto artesanal em geral; favorece a corrupção.

2.

A reforma do sistema deve ser realizada por meio de lei nacional, a ser regulament­ada pela União e pelos Estados.

3.

Unificar o sistema de certificaç­ão, contemplan­do os produtos vegetais e animais.

4.

Migrar de um sistema baseado em exigências infraestru­turais para outro baseado em desempenho do produto: diminuir exigências ao essencial, mas aumentar os controles de qualidade do produto em todos os elos da cadeia.

5.

Introduzir penalizaçã­o mais rigorosa por adulteraçã­o ou uso de insumos inadequado­s e fora das normas sanitárias.

6.

Concentrar a fiscalizaç­ão no sistema de vigilância, eliminando a dupla estrutura atual, em que órgãos da agricultur­a só devem cuidar do setor primário e não do industrial

7.

Introduzir processos sérios e efetivos de rastreabil­idade dos produtos de origem animal e vegetal, com uso da tecnologia hoje disponível (inclusive no prontuário dos veterinári­os).

8.

Implantar sistema de gestão transparen­te, com registro de controles para manipulaçã­o e estocagem de produtos indo além do prazo de validade. Finalmente, regulament­ar o reaproveit­amento de sobras em todos os elos da cadeia produtiva.

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