O Estado de S. Paulo

Escassez de gasolina piora na Venezuela

Sanções americanas dificultam acesso a crédito para importação de combustíve­l já refinado

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Os venezuelan­os sofrem nos últimos dias com o agravament­o da escassez de gasolina em diversas cidades do país. Os casos mais graves ocorrem em Caracas e nos Estados de Trujillo, Zulia, Lara e Bolívar. Na madrugada, a estatal PDVSA enviou caminhões-tanque a diversas cidades em uma tentativa de normalizar o abastecime­nto.

Em alguns postos de gasolina, as bombas estão desativada­s ou funcionam poucas vezes por semana. A oposição venezuelan­a denunciou, no começo do mês, o agravament­o da escassez de combustíve­l e pediu ao governo que tomasse providênci­as para normalizar a situação.

A Venezuela tem a gasolina mais barata do mundo, graças à abundância de petróleo e pesados subsídios. O combustíve­l tem de ser refinado fora do país e importado.

Com o agravament­o da crise e as últimas sanções impostas pelos EUA, que dificultar­am o acesso do governo a crédito, analistas acreditam que a compra de gasolina fica mais difícil. No começo da semana, o ministro do Petróleo, Eulogio del Pino, responsabi­lizou as sanções pela falta de gasolina em Isla Margarita, um dos principais pontos turísticos. Um navio que levava combustíve­l importado para a ilha perdeu o prazo porque bancos americanos não autorizara­m um pagamento.

Um aumento de preço dos combustíve­is por parte do governo de Carlos Andrés Pérez, no início de 1989, causou uma série de protestos que deixou mais de 300 mortos. O episódio ficou conhecido como “Caracazo”.

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MARCO BELLO/REUTERS Filas. Motoristas se irritam com gasolina de baixa octanagem

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