O Estado de S. Paulo

Neymar tenta derrubar Messi e CR7

Brasileiro, agora no PSG, é indicado pelo desempenho na temporada passada pelo Barcelona e terá como concorrent­es os craques de Barça e Real

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA

Jogador mais caro da história do futebol, Neymar voltou a figurar na relação dos finalistas para o prêmio de melhor jogador do mundo, concedido pela Fifa. O brasileiro, que nesta temporada deixou o Barcelona para ser protagonis­ta no Paris Saint-Germain, concorre com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, pesos pesados na corrida.

Os finalistas foram anunciados ontem e o vencedor será conhecido em festa de gala no dia 23 de outubro, em Londres. Neymar já havia sido um dos finalistas de 2015. Mas ficou fora do grupo de elite no ano passado.

A ausência em 2016 foi um dos motivos que o levaram a repensar a estratégia de sua carreira. À sombra de Messi no Barcelona, Neymar recebeu uma proposta audaciosa do PSG em termos financeiro­s. Mas foi a garantia do clube de Paris de que seria o número 10 e foco de todas as atenções que convenceu o craque a dar um fim à parceria com Messi e Luis Suárez.

Agora em Paris, quer e exige ser a estrela da companhia, inclusive para garantir prêmios pessoais e artilharia­s. Sua postura foi duramente criticada em Barcelona, por opção supostamen­te por um caminho que privilegia­sse prêmios individuai­s.

Desde a edição do ano passado, a Fifa fez mudanças importante­s na escolha dos vencedores. O acordo com a revista France Football terminou, o que significou que o termo “Bola de Ouro” já não será usado. A entidade ainda abriu a votação para os torcedores, via internet.

O que não mudou foi a dupla de finalistas. Na última década, o troféu tem sido dominado por Messi e Cristiano Ronaldo, paradas duras para Neymar. O argen- tino ganhou todas as edições entre 2009 e 2012, além de 2015. Já o português ficou com os troféus de 2008, 2013, 2014 e 2016.

Para 2017, Cristiano Ronaldo é uma vez mais o favorito, depois de o Real Madrid ganhar a Liga dos Campeões e o Campeonato Espanhol com importante contribuiç­ão dele. O português pode se igualar a Messi em conquistas individuai­s.

Retorno. A novidade é a volta de Neymar entre os três primeiros. Em 2015, ele havia conseguido atingir o pódio, acabando com um jejum de oito anos sem brasileiro­s entre os finalistas. Mas, mesmo com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, não foi selecionad­o para estar entre os três.

Desta vez, o atacante também espera contar não apenas com o voto dos demais jogadores, imprensa e treinadore­s, mas, principalm­ente, dos torcedores. Pelas regras da Fifa, o voto da torcida pela Internet vai ter peso de 25% na decisão. A esperança do estafe do jogador é de que a torcida brasileira e a do PSG possam fazer a diferença.

Oficialmen­te, o prêmio tem como função avaliar a temporada dos jogadores entre o segundo semestre de 2016 e meados de 2017. Isso, na prática, significa que o voto para Neymar deveria ocorrer por causa de seu desempenho ainda no Barcelona.

Mas a votação popular será certamente influencia­da pelo que a torcida vai ver nos estádios da França neste mês e o desempenho do jogador pelo PSG na Liga dos Campeões.

Mais do que nunca, portanto, Neymar vai querer chamar para si a responsabi­lidade. Isso a partir do próximo jogo do seu time. Hoje, Neymar não participar­á da partida com o Montpellie­r por, segundo médicos do clube, estar sofrendo com dores provocadas por lesão no pé direito.

Para muitos na Fifa, a ambição pessoal de Neymar provavelme­nte terá de esperar pelo menos até 2018 para se concretiza­r. Uma Copa do Mundo brilhante e uma temporada impecável pelo PSG poderiam levar o jogador a, de fato, ser uma ameaça para Messi e Ronaldo.

Por enquanto, até mesmo os ex-jogadores chamados oficialmen­te pela Fifa para comentar os finalistas admitiam durante a transmissã­o do evento que Neymar será um coadjuvant­e em mais uma disputa entre o português e o argentino.

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