O Estado de S. Paulo

Indústria automotiva

Empresas testam mercado para elétricos e híbridos

- Cleide Silva

Enquanto o governo não define uma política para carros elétricos e híbridos, novas empresas do ramo chegam para testar o mercado brasileiro. A Hitech Electric, do brasileiro Rodrigo Contin, iniciou em maio a importação de compactos das chinesas Aoxin e Lgao, movidos a bateria, que custam a partir de R$ 55 mil – menor valor para elétricos cobrado no País.

Expostos no Salão LatinoAmer­icano de Veículos Híbridos-Elétricos, que começou na quinta-feira e termina hoje, no Expo Center Norte, em São Paulo, os modelos chamam atenção pelo design. Um deles, para dois passageiro­s, se parece com um carrinho de golfe.

Chamado de e.coTech, só pode rodar na cidade e atinge velocidade máxima de 60 km por hora. A bateria cheia percorre até 120 km. Também há uma versão para quatro passageiro­s e dois pequenos caminhões.

Segundo o diretor comercial da Hitech, Guilherme Barbosa, foram vendidas 20 unidades para empresas como Algar, Cetel e a Prefeitura de São José dos Campos (SP). “Ainda não abrimos venda para pessoas físicas, o que deve ocorrer em breve”.

Os veículos chegam quase prontos da China e, na sede da Hitech, em Curitiba (PR), são finalizado­s. O grupo por enquanto tem quatro concession­árias (em São Paulo, Maringá, Brasília e Joinville) e deve chegar a 20 até 2019, quando espera vender 1 mil unidades ao ano.

Outra empresa que inicia operações em outubro, a Urbano, vai operar com o sistema de carro compartilh­ado (carsharing) em São Paulo. Pertencent­e ao grupo LDS, que atua na locação de veículos para hotéis de luxo e para executivos, terá frota de 77 veículos, dos quais 20 do elétrico BMW i3 e os demais do Smart, marca da MercedesBe­nz que em breve também terá versões elétricas no Brasil.

Até 2019 a Urbano terá 200 carros na frota, mais da metade deles elétricos. “Vamos atuar em oito regiões e nosso diferencia­l é que o usuário poderá pegar e deixar o carro em qualquer local, afirma Vini Romano, diretor de marketing.

O investimen­to na compra dos veículos e do aplicativo francês Vulog deve somar R$ 29 milhões. A locação custa a partir de R$ 1,20 por minuto. São Paulo já tem um serviço de carsharing, o Zazcar, com 80 carros, nenhum elétrico. O carro alugado tem de ser devolvido no mes- mo local da retirada.

O salão, organizado pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos e Híbridos (ABVE), também tem modelos da Tesla, opção para quem quer um elétrico de luxo. Os carros da marca são vendidos por preços entre R$ 750 mil e R$ 1,28 milhão pela importador­a Ekectra. A loja na avenida Europa, em São Paulo, inaugurada no fim de 2016, vendeu até agora cinco carros, informa a diretora Monique Angeli.

Outros carros na mostra são BYD e6 e e5, Toyota Prius, Le- xus CT200h, BMW i3, Audi Q7, Renault Zoe e Twizy, e Volvo C9. Também há ônibus da Eletra e da BYD, motos e bicicletas.

Incentivos. Em seminário promovido paralelame­nte à exposição, o analista do Ministério da Indústria (Mdic), Ricardo Zomer, disse que o governo pode, futurament­e, incentivar a produção de veículos elétricos e adotar medidas como a redução do IPI para esses modelos. Segundo ele, hoje “o espaço para financiar a infraestru­tura para carros elétricos é inexistent­e”.

O diretor da Toyota, Ricardo Bastos, não descartou trazer ao País, “no futuro próximo” o híbrido plug-in Prius, que poderá ser carregado na tomada e usar etanol como indutor da bateria. Hoje a empresa importa o Prius híbrido, com motor elétrico e a combustão (gasolina).

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Mais barato. e.coTech só pode rodar na cidade e atinge velocidade máxima de 60 km/h

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