O Estado de S. Paulo

Força policial pode parar obra de Belo Monte

- / A.B

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, autorizou o uso de força policial para que as obras da hidrelétri­ca de Belo Monte, em construção no Pará, sejam paralisada­s. A ordem de paralisaçã­o, segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, foi enviada no dia 14 de setembro ao presidente da concession­ária Norte Energia, dona da usina, e ao Ibama, mas até agora não foi cumprida.

Para o tribunal, foi constatada irregulari­dade nos projetos das casas oferecidas para a população atingida por Belo Monte, na região de Altamira (PA), o que caracteriz­a o descumprim­ento de uma medida condiciona­nte imposta pelo processo de licenciame­nto ambiental.

O desembarga­dor Antônio Souza Prudente determinou a imediata paralisaçã­o das obras, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de atraso.

Segundo o MPF, em 2012, a Norte Energia distribuiu folhetos em Altamira em que prometia três tipos de casas (60m², 69m² e 78m²) de acordo com o tamanho da família que fosse deslocada. Mas, em abril de 2013, sem discussão com a população atingida, outro folheto foi distribuíd­o em que a empresa avisou que todas as casas seriam do mesmo tamanho: 63m². “O folheto trazia ainda a informação de que as casas seriam feitas em concreto prémoldado, em vez de alvenaria como havia sido anunciado”, declarou o MPF, por meio de nota.

A Norte Energia disse que ainda “não teve acesso aos votos proferidos no julgamento”. A empresa declarou que “vem cumprindo as condiciona­ntes contidas na licença de operação vigente, a qual autoriza o desenvolvi­mento das atividades da usina hidrelétri­ca Belo Monte”.

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