O Estado de S. Paulo

Oi confirma conversas com China Telecom para aporte.

Operadora assinou acordo de confidenci­alidade com tele chinesa para possível aumento de capital; conversas são iniciais

- MARIANA DURÃO

Na reta final para a entrega de uma nova versão de seu plano de recuperaçã­o judicial, a Oi confirmou conversas com a China Telecom para avaliação de negócios. Uma das possibilid­ades é que a chinesa participe de um aumento de capital na tele. A Justiça do Rio decidiu que as dívidas da tele com a Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel) devem ser incluídas no processo, ao contrário do que pedia o órgão regulador. Por outro lado, a Oi terá que apresentar listas de credores se- paradas para cada uma de suas sete empresas em recuperaçã­o.

Com uma dívida de R$ 65 bilhões, a Oi está sob proteção judicial desde junho de 2016. A companhia precisa apresentar o novo plano de recuperaçã­o aos credores até quarta-feira (27). Ele será votado em assembleia marcada para 9 de outubro. Caso não haja quórum, haverá nova tentativa no dia 23.

O novo plano incluirá o detalhamen­to do aumento de capital de R$ 8 bilhões (até o momento) que a Oi pretende realizar. Além dos credores, a companhia vem conversand­o também com potenciais investidor­es, caso da tele chinesa. De acordo com o diretor de Finanças da Oi, Ricardo Malavazi, foi assinado um acordo de confidenci­alidade, mas as negocia- ções são preliminar­es.

“O interesse é deles na Oi. Obviamente se tiver a possibilid­ade de uma empresa participar de um aumento de capital interessa”, afirmou o executivo a jornalista­s ontem, após encontro com investidor­es no Rio.

Um dos entraves às tratativas com novos investidor­es é o impasse em relação aos créditos da Anatel. Em decisão do dia 21, publicada ontem, o juiz da 7ª Vara Empresaria­l do Tribunal de Justiça do Rio, Fernando Viana, decidiu que as dívidas da Oi com a agência devem ser incluídas na recuperaçã­o judicial.

O regulador alega que os créditos públicos são inegociáve­is e, portanto, não podem entrar no processo de negociação entre credores, que pode trazer descontos e alongament­o de prazos. A interpreta­ção de Viana é outra. Para o magistrado apenas débitos tributário­s estão excluídos da recuperaçã­o, o que não é o caso das multas aplicadas pela Anatel à Oi. A Anatel ainda não foi intimada da decisão mas afirma que ela não muda o cenário que já existia e que a sua procurador­ia adotará as medidas cabíveis no momento oportuno.

 ?? WERTHER SANTANA / ESTADÃO-24/7/2014 ?? Dívida. Empresa tem débitos de R$ 65 bilhões
WERTHER SANTANA / ESTADÃO-24/7/2014 Dívida. Empresa tem débitos de R$ 65 bilhões

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil