O Estado de S. Paulo

Justiça autoriza desbloquei­o de ações da J&F

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A J&F conseguiu autorizaçã­o da Justiça para concluir a venda da Eldorado. É que as ações que o grupo possuía na empresa de celulose estavam bloqueadas. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10a. Vara Federal de Brasília, autorizou ontem o desbloquei­o, abrindo caminho para os Batistas finalizare­m as negociaçõe­s com a Paper Excellence, que fechou acordo para compra da Eldorado por R$ 15 bilhões.

Há expectativ­a de que as tratativas sejam concluídas na próxima semana. Anteontem, a Eldorado anunciou sua adesão ao acordo de leniência da J&F, outro passo visto como importante para a operação.

Em sua decisão, o magistrado afirmou que apreciou o pedido de desbloquei­o diante da “urgência suscitada pelas partes”. Ele impôs, porém, condições à liberação das ações.

Segundo Vallisney, a J&F terá de usar o dinheiro levantado com a venda para quitar parte de suas dívidas ou da sua controlada JBS ou ainda demonstrar que os recursos ficarão reservados no caixa da companhia de alimentos para o pagamento de suas dívidas. Como terceira alternativ­a, a J&F pode destinar os valores em conta judicial vinculada à 10a. Vara Federal de Brasília. O Ministério Público Federal havia se manifestad­o favoravelm­ente ao desbloquei­o.

Reestrutur­ação. Enquanto os irmãos Joesley e Wesley Batis- ta, donos da J&F, seguem presos, executivos do conglomera­do tentam concluir as operações de venda costuradas nos últimos meses. Nesta semana, a venda da empresa de calçados Alpargatas para Itaúsa, Cambuhy e Brasil Warrant foi finalizada. A equipe da J&F tenta correr para finalizar as tratativas para a venda da Vigor (de lácteos) e da Eldorado.

A mexicana Lala informou por meio de fato relevante que o processo de fechamento da compra da Lala segue de pé mesmo após a Cooperativ­a Central dos Produtores Rurais de Minas Gerais (CCPR) ter anunciado o exercício da opção de compra de 50% da marca Itambé, que faz parte da Vigor.

A J&F precisa do dinheiro das vendas para quitar dívidas e fazer frente à obrigação de pagar R$ 10,6 bilhões às autoridade­s, parte do acordo de leniência firmado pelo grupo. Em curso há ainda a tentativa de venda das linhas de transmissã­o da Âmbar.

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