O Estado de S. Paulo

TCE trava leilão das Linhas 5 e 17 do Metrô

- Fabio Leite

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiu paralisar a licitação de concessão das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô de São Paulo à iniciativa privada, apontando indícios de irregulari­dades no edital. Por causa da decisão, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) suspendeu o leilão de concessão das duas linhas, que seria realizado na quinta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo.

A paralisaçã­o da licitação foi determinad­a pelo conselheir­o Antonio Roque Citadini, com base em representa­ção feita pelo deputado estadual Alencar Santana, líder do PT na Assembleia. Citadini deu 48 horas para a Secretaria dos Transporte­s Metropolit­anos apresentar justificat­ivas para a concessão. Em nota, a pasta disse que prestará os “esclarecim­entos necessário­s” ao TCE dentro do prazo.

Questionam­ento. Na representa­ção, o petista aponta irregulari­dades no edital e afirma que a concessão provocará “grave prejuízo aos cofres públicos”, uma vez que foi o governo quem investiu na construção das duas linhas: 5-Lilás (Capão Redondo-Chácara Klabin) e 17Ouro (Congonhas-Morumbi), o monotrilho da zona sul, que só deve ser entregue em 2018.

O leilão tem lance mínimo definido em R$ 189,6 milhões. Quem vencer vai receber parte da receita das bilheteria­s e pode explorar comercialm­ente as estações por 20 anos, período em que terá de fazer investimen­tos de até R$ 3 bilhões nas duas linhas. Segundo o governo Alckmin, o valor estimado do contrato é de R$ 10,8 bilhões, o que correspond­e à soma das receitas tarifárias de remuneraçã­o e de receitas não operaciona­is, como exploração comercial de espaços livres nas estações.

Segundo Santana, as empresas, “não investiram um tostão e vão levar as linhas que renderão mais de R$ 10 bilhões”. Em junho, o governo já havia adiado o leilão, a pedido das empresas, que queriam mais tempo para fazer as propostas.

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