O Estado de S. Paulo

Ampliação de capital

Cemig planeja vender ações para manter usinas

- Anne Warth / BRASÍLIA Mariana Durão / RIO / COLABORARA­M LUCIANA COLLET, WAGNER GOMES E FÁTIMA LARANJEIRA

A Cemig vai propor a seus acionistas um aumento de capital de até R$ 1 bilhão para tentar ficar com algumas de suas usinas. A informação foi antecipada pelo ‘ Es t a - dão/Broadcast’ e, mais tarde, confirmada pela companhia. O governo marcou o leilão das hidrelétri­cas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande para amanhã e pretende arrecadar R$ 11 bilhões.

Um dos parlamenta­res mais ativos na defesa da Cemig, o vice-presidente da Câmara, deputado Fabio Ramalho (PMDBMG), disse que a operação terá como objetivo captar recursos para pagar a outorga de pelo menos uma das usinas. A intenção é ficar com Jaguara, cujo lance mínimo é de R$ 1,911 bilhão, ou Miranda, que deve custar R$ 1,110 bilhão. Sem as quatro usinas, a Cemig terá uma redução de 36% em seu parque gerador.

Para levantar os recursos necessário­s, a Cemig também aguarda a resposta do Citibank, para quem solicitou financiame­nto. Além disso, a empresa pretende vender alguns ativos, como a participaç­ão da empresa na transmisso­ra Taesa, para conseguir manter ao menos parte das hidrelétri­cas sob seu controle.

Ontem, o conselho de administra­ção da empresa convocou uma assembleia-geral extraordin­ária (AGE) no dia 26 de outubro para votar a proposta de aumento de capital de até R$ 1 bilhão, com a emissão de até 200 milhões de novas ações.

Se conseguir homologar um acordo por uma das duas usinas (Jaguara ou Miranda), a Cemig vai tentar disputar a outra no leilão. A ideia é tentar arrematar ao menos uma delas por meio da Aliança Energia, empre- sa que pertence à Vale (55%) e à Cemig (45%).

Os dois maiores acionistas da Cemig são o Estado de Minas Gerais, com 17,17%, e a Andrade Gutierrez, com 6,70%. O BNDESPar detém 6,40%. Para manter as mesmas posições, os acionistas precisam usufruir o direito de preferênci­a na compra de ações. Caso contrário, pode haver diluição de participaç­ão dos detentores em até 13,7%, informou a companhia.

O presidente da companhia, Bernardo Alvarenga, chega a Brasília hoje para tentar viabilizar o acordo. Se a proposta for homologada, a Cemig vai desistir da disputa judicial pelas hidrelétri­cas, desde que o governo federal faça o mesmo. Na semana passada, a Cemig voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenda o leilão até que as negociaçõe­s com o governo sejam concluídas.

Ações. De acordo com a Cemig, o aumento de capital será realizado por meio de subscrição particular, com a emissão de

até 66.849.505 novas ações ordinárias (com direito a voto) e 133.150.495 novas ações preferenci­ais (com prioridade na distribuiç­ão de dividendos). O preço da ação será de R$ 6,57.

Os atuais acionistas da companhia terão preferênci­a na operação. “Será dada preferênci­a aos atuais acionistas da companhia de participar­em do aumento de capital na proporção de suas participaç­ões s ociai s , sendo 0,1588762172 de nova ação para cada ação que possuírem ao final do dia da AGE que autorizar o aumento de capital”, informou a empresa.

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JOSE PATRICIO/ESTADÃO - 20/10/2014 Leilão. Governo espera arrecadar R$ 11 bi com venda de quatro usinas, incluindo São Simão

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