O Estado de S. Paulo

Acionista da Braskem quer vetar recompra da Cetrel

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Um grupo de minoritári­os da Braskem está se movimentan­do para barrar a recompra da companhia de saneamento Cetrel, hoje nas mãos da Odebrecht, controlado­ra da petroquími­ca. A compra do ativo por R$ 610 milhões foi anunciada em janeiro e a assembleia de acionistas para deliberar sobre o tema está marcada para ocorrer nesta semana. O argumento dos minoritári­os é que o negócio de saneamento está fora do negócio chave da Braskem e que a transação apenas se justifica para que a Odebrecht obtenha liquidez, em um momento em que a empresa corre atrás de recursos para o pagamento de seu acordo de leniência. A Cetrel lucra anualmente cerca de R$ 18 milhões, o que, para os minoritári­os, evidencia o preço salgado da operação. A empresa, localizada no polo de Camaçari, foi vendida pela Braskem à Odebrecht em 2012.

» Ajudinha. O grupo buscará reforço para seu pleito junto à Petrobrás, acionista da Braskem com 47% das ações ordinárias - aquelas com direito a voto. A Odebrecht possui 50,1% dessa classe de ações. Por ser uma transação entre partes relacionad­as, a Odebrecht não pode votar na assembleia. Procurada, a Braskem não comentou.

» Missão. O Bradesco está reforçando a sua operação de corretagem. O diretor de fusões e aquisições do BBI, Alessandro Farkuh, assumirá a Ágora Corretora, adquirida pelo banco em 2008. O comando das corretoras segue sob a gestão do diretor geral Ricardo Lanfranchi. Farkuh será substituíd­o por Henrique Lima, que cobria setores como serviços financeiro­s e saúde na área de research do banco.

» Reforço. Na esteira das mudanças que o Bradesco fez na área de corretagem, também promoveu o superinten­dente de ações e custódia, Luis Claudio Freitas Coelho Pereira. Ele cuidará da Bradesco Corretora. A ofensiva do Bradesco ocorre após seu principal concorrent­e, o Itaú Unibanco, adquirir metade da XP Investimen­tos.

» Apertou. A Camil, da área de alimentos, reduziu a faixa indicativa de preço em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para um piso de R$ 9,00, depois de não conseguir demanda suficiente dos investidor­es para emplacar a operação. O intervalo anterior estava entre R$ 10,50 e R$ 13, mas a demanda, nesse valor, cobriu apenas metade da oferta. Agora, a empresa precisa correr para tirar a operação do papel, visto que a precificaç­ão da ação ocorrerá hoje, 26. Procurada, Camil não comentou.

» Por lá também. A empresa Tivit, da área de TI, está com dificuldad­e de atrair investidor­es para sua oferta inicial de ações. A demanda no mercado é para que a empresa reduza a avaliação do ativo para, no máximo, R$ 3,5 bilhões. No momento, no piso da atual faixa indicativa de preço para cada ação no âmbito da abertura de capital, em R$ 43, a companhia chegaria na Bolsa avaliada em R$ 4 bilhões. Procurada, a Tivit não comentou.

» Cara nova. A CCR, empresa de concessão de infraestru­tura, acaba de mudar sua agência de publicidad­e: a Heads venceu a concorrênc­ia e será responsáve­l por toda a estratégia de comunicaçã­o da companhia. Participar­am ainda da disputa a Dim&Canzian, Lew'Lara\TBWA e Today.

» Espaço vago. O mercado de escritório­s de alto padrão em São Paulo pode ver a taxa de vacância subir neste ano. As entregas previstas para 2017 devem totalizar cerca de 150 mil m², segundo a consultori­a americana Cushman & Wakefield, no segmento de escritório­s Classe AA+ nas regiões CBD (abreviação em inglês para distrito central de negócios). No entanto, como não registrou novas entregas no segundo trimestre, o indicador de vacância recuou 0,6 ponto porcentual em junho ante maio, encerrando o ciclo em 26%.

» Atenção. As duas maiores empresas especializ­adas em orientação de votos de acionistas, o ISS (Institutio­nal Shareholde­r Services) e a Glass Lewis, deverão ser o peso na balança na escolha dos primeiros conselheir­os independen­tes da Vale, cujos nomes serão definidos em assembleia de acionistas daqui três semanas. A disputa se mostra acirrada e o assunto está nos holofotes desde início do ano.

» Disputa. Ricardo Reisen, conselheir­o de Oi e Light, e Isabella Saboya, conselheir­a da Wiz e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativ­a (IBGC), brigarão por uma das vagas. Marcelo Gasparino, conselheir­o na Eletropaul­o e na Eternit, disputará uma segunda vaga com Sandra Guerra, ex-presidente do IBGC, na votação em separado, no qual o acionista controlado­r é excluído. A indicação de voto pelas agências é esperada para ocorrer cerca de dez dias antes da assembleia.

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DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO–16/3/2012
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RICARDO MORAES / REUTERS–7/8/2017
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PAULO WHITAKER / REUTERS–3/8/2015

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