Um tratado de escatologia com a marca de Haneke
A Professora de Piano
LA PIANISTE. (ÁUSTRIA, 2001.) DIR. DE MICHAEL HANEKE, COM ISABELLE HUPPERT, ANNIE GIRARDOT, BENOIT MAGIMEL. Uma fala importante da professora de piano é – “Não tenho sentimentos e, mesmo que viesse a tê-los, jamais subjugariam minha inteligência.” Érica, a professora, valeu a Isabelle Huppert seu segundo prêmio de melhor atriz em Cannes (após Um Assunto de Mulheres, de Claude Chabrol). Érica começa o filme frequentando uma sex shop e depois prossegue se automutilando a genitália, batendo e apanhando da mãe idosa, discutindo com ela, catando papel higiênico usado no banheiro masculino e usando seu empoderamento sobre um aluno. Esse verdadeiro tratado de escatologia antecede as duas Palmas de Ouro do diretor Haneke, por A Fita Branca e Amor. Alguém dirá que a reação a Haneke é puro moralismo. Há controvérsia, e o diretor já era. De novo com Isabelle, suas novas provocações passaram em branco em Cannes, neste ano, com Happy End.
TEL. CULT, 0 H. REPRISE, COLORIDO, 131 MIN.
VEJA TAMBÉM
Ensina-Me a Viver HAROLD E MAUDE. (EUA, 1971.) DIR. DE HAL ASHBY, COM RUTH GORDON, BUD CORT. A improvável história de amor de uma velha de 80 anos e um garoto de 20. Ele tem tendências suicidas, ela lhe ensina o gosto de viver. Rejeitado na época, o filme virou cult. E ainda tem a trilha de Yusuf Islam, ex-Cat Stevens.
TEL. CULT, 18H20. REPR., COLORIDO, 90 MIN.
Annabelle
ANNABELLE. (EUA, 2014.) DIR. DE JOHN R. LEONETTI, COM ANNABELLE WALLIS, ALFRE WOODARD.
O primeiro filme da série sobre a boneca assassina assusta bem menos que a sequência atualmente nos cinemas, sobre a origem de tudo.
HBO, 22 H. REPRISE, COLORIDO, 99 MIN.