O Estado de S. Paulo

STJ dá força a acordo de banco e poupador

- Fabrício de Castro / BRASÍLIA

A disputa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) entre poupadores e bancos sobre perdas na poupança com os planos econômicos foi encerrada ontem sem que o tribunal decidisse quem tem direito a receber. Na prática, o fim do julgamento dá força para que continuem as negociaçõe­s entre bancos e representa­ntes de poupadores para pôr fim a uma disputa que se arrasta há 30 anos.

A Advocacia-Geral da República intermedei­a essa negociação com a ajuda do Banco Central. Um novo encontro foi marcado para o dia 6 de outubro e há a expectativ­a de que o acordo sobre as perdas na poupança seja definitiva­mente fechado, depois que o julgamento no STJ foi encerrado sem nenhum ganhador. Se fechado, trará uma decisão definitiva para as ações coletivas ativas que estão nas mãos de entidades de defesa do consumidor, além de 1,1 milhão de ações individuai­s. Essas ações tramitam há décadas em várias instâncias da Justiça brasileira e dizem respeito aos Planos Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2.

A possibilid­ade de o STJ decidir a favor dos bancos ou mes- mo de os poupadores saírem vitoriosos era vista como um problema. Isso porque a parte vitoriosa poderia desistir do acordo para brigar até o fim no Supremo Tribunal Federal (STF). “A negociação ganha força. Agora, segue a discussão no âmbito do acordo”, avaliou Luiz Fernando Casagrande Pereira, que defende poupadores no STJ e no STF.

O julgamento do STJ dizia respeito apenas a perdas com o Plano Verão, de 1989. As instituiçõ­es financeira­s vinham argumentan­do que os poupadores precisaria­m ser filiados a entidades de defesa. As entidades de defesa dos poupadores, por sua vez, defendiam que qualquer poupador que participa de ação tem direito, associado ou não.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil