O Estado de S. Paulo

CCJ aprova redução de pena para condenados

- ANDREZA MATAIS MARCELO DE MORAES COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Anova lei de execuções penais aprovada ontem pela CCJ do Senado inclui uma brecha que pode beneficiar, entre outros, condenados por corrupção. Um artigo permite que negociem com o Ministério Público redução da pena ou mudança de regime caso devolvam voluntaria­mente o que roubaram ou reparem o dano cometido. A medida atinge condenados por crimes sem violência, “que indiquem o arrependim­ento posterior à sentença condenatór­ia”. O relatório é do senador Jader Barbalho (PMDB) e segue para votação no plenário da Casa.

» Nunca! O senador nega que o artigo seja direcionad­o para beneficiar presos da Lava Jato. Diz que “não perderia seu tempo” escrevendo uma lei “por conta de um episódio eventual na vida dos brasileiro­s”, referindo-se à operação.

» Separa. Jader justifica que “no mundo todo a Justiça busca penas alternativ­as” e, sem exemplific­ar, defende que “só deve ficar recluso quem oferece risco para a sociedade”.

» Nem vi. Com Jader ausente do Senado ontem, coube a Antonio Anastasia (PSDB-MG) a leitura do texto na CCJ. A assessoria do tucano diz que ele não tem nada a ver com o conteúdo. Renan Calheiros (PMDBAL), autor do projeto, diz ignorar o texto do relator.

» Eu sou você amanhã. Assim que foi anunciada a punição para Aécio Neves, PSDB, PT e PMDB fecharam um raríssimo acordo para reagir contra a decisão do Supremo.

» Doeu. Aécio se queixou muito do voto do ministro Luiz Fux, do Supremo. No julgamento, ele disse: “Já que (Aécio) não teve (gesto de grandeza de se licenciar do mandato), vamos auxiliá-lo, se porte tal como deveria se portar”.

» Não perdeu a viagem. Renan Calheiros fez discurso para criticar a decisão do STF contra Aécio Neves, mas aproveitou para dizer que Temer é menor do que a cadeira que ocupa.

» Parou, tá? O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), aproveitou reunião partidária para avisar que não aceitará mais que falem mal em público das linhas políticas defendidas pela agremiação.

» Tudo azul. Satisfeito com o resultado do leilão da Cemig e dos blocos de petróleo e gás, Michel Temer já aposta que a reação da economia deve fazer baixar os juros a 7% até o fim do ano.

» Dava sim. Integrante­s da bancada mineira acham que o governador Fernando Pimentel (PT) não atuou com afinco para tentar reverter a decisão do Palácio do Planalto de leiloar quatro usinas da Cemig.

» Mudou. Raquel Dodge começou a publicar sua agenda no site da PGR. Algo que Janot não fazia.

» Trabalhand­o. Cotado para relatar a 2.ª denúncia contra Temer na CCJ, Evandro Gussi (PV-SP) já se reúne com sua equipe jurídica para analisar a peça.

» Deixa comigo. Ele garante que fará uma avaliação técnica, mas também política da acusação. E que levará em conta o peso que a admissibil­idade terá para a estabilida­de do País.

» Oi, sumido. O deputado Lúcio Vieira Lima (BA), irmão de Geddel, o homem das malas com R$ 51 milhões, reapareceu na reunião de ontem da Executiva nacional do PMDB.

COM ANA POMPEU

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CLICK. O deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG) criticou, aos gritos, o leilão da Cemig. Pouco antes, porém, mandou iguarias mineiras para o gabinete presidenci­al.

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