O Estado de S. Paulo

Para TV, governador e prefeito gravam vídeos separados

- Pedro Venceslau

Ogovernado­r Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria gravaram vídeos separados e escolheram marqueteir­os diferentes para o horário eleitoral na TV do PSDB paulista, que será exibido em outubro. Marqueteir­o da bem-sucedida campanha de Doria à Prefeitura em 2016, o publicitár­io Lula Guimarães assina agora as inserções de Alckmin. O contrato é pontual, mas ele é visto por aliados e auxiliares do governador como um dos cotados para comandar o marketing de uma eventual campanha presidenci­al do governador.

Guimarães também atua como marqueteir­o do PMDB nacional e é um dos responsáve­is pelo processo de “repaginaçã­o” da sigla, que mudará de nome para MDB e terá um novo logotipo.

No caso de Alckmin, Lula Guimarães adotou um tom nacional na propaganda partidária. Já Doria recorreu ao marqueteir­o Nelson Biondi, um veterano de campanhas tucanas, para produzir seus vídeos. O prefeito vai exaltar em suas falas ações que considera “vitrines” de seu governo até agora: o Corujão da Saúde, projeto para reduzir a fila de exames na rede municipal, a distribuiç­ão de remédios e a ampliação da oferta de vagas nas creches.

A divisão dos comerciais favoreceu Alckmin. O governador vai dividir com Doria o tempo das inserções na capital e Grande São Paulo, mas usará sozinho o tempo dos comerciais exibidos no interior. Questionad­o sobre o motivo dos dois não terem gravado juntos, o presidente do PSDB-SP, deputado estadual Pedro Tobias, desconvers­ou. “Tem de perguntar isso para eles”.

Segundo o dirigente, foi o partido que contratou Lula Guimarães, e os comerciais de Alckmin, que custarão cerca de R$ 90 mil, serão pagos com recursos do Fundo Partidário.

“Não sei ainda quem pagou os comerciais do Doria. Ele gravou com uma agência diferente da nossa”, disse Tobias. Aliados de Doria dizem, porém, que o PSDB também pagará os custos dos comerciais do prefeito.

“O PSDB vai pagar os dois. É normal que isso ocorra. Quando José Serra era o prefeito e Geraldo Alckmin o governador, foi assim”, disse César Gontijo, vice-presidente do PSDB paulista.

Em 2013, o senador Aécio Neves (MG), então pré-candidato à Presidênci­a pelo PSDB, apareceu em alguns comerciais do partido em São Paulo. Em setembro daquele ano, o partido já havia definido seu nome para a disputa e não havia risco de prévias.

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