O Estado de S. Paulo

Elétrica agora terá de investir em distribuiç­ão

- Anne Warth / BRASÍLIA

A perda das usinas de Jaguara, São Simão, Miranda e Volta Grande terá grande impacto sobre o parque gerador da Cemig. Foi uma perda de 3 mil megawatts de potência instalada de uma só vez, ou 36% do total. Com a licitação e o programa de venda de ativos da companhia, a Cemig será uma empresa menor e deve focar sua atuação na distribuiç­ão, área em que as margens de lucro são menores.

De imediato, a empresa, sai do ranking das dez maiores geradoras do País, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Até então, era a sétima colocada no mercado, porém, ficar sem as hidrelétri­cas será melhor para a empresa. As ações preferenci­ais caíram 1,61% ontem, menos que na segunda (4,84%) e na terça (-2,31%), dias em que a empresa trabalhou para ficar com as usinas.

Para comprar as usinas no leilão, a empresa teria que se endividar ainda mais, e a alavancage­m da companhia (relação entre endividame­nto e geração de caixa) já está muito acima dos padrões, em 4,98 vezes no fim de 2016. A capitaliza­ção de até R$ 1 bilhão, por fim, servirá para reduzir suas dívidas.

Diferentem­ente da geração, que opera com preços livres, a distribuiç­ão trabalha com tarifas reguladas pela Aneel. A empresa terá de cortar custos e ser mais eficiente do que foi no passado. Principal acionista da companhia, o Estado de Minas terá que se acostumar a dividendos menores que os distribuíd­os nos últimos anos.

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